quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Fomos feitos pra OUTRO mundo!


"Se as pessoas tivessem a capacidade de examinar seu coração, saberiam que o que desejam, e o fazem de forma contundente, é algo que não se pode obter neste mundo. Há tantas coisas neste mundo nos prometendo aquilo que desejamos, mas nunca cumprem a promessa. 

O anseio que é despertado em nós quando nos apaixonamos pela primeira vez, ou pensamos em morar num país estrangeiro, ou nos dedicamos a um assunto que realmente nos empolga, tudo se resume a desejos que nenhum casamento, viagem ou aprendizado pode realmente satisfazer.”

 Ao descobrir em mim um desejo que nenhuma experiência deste mundo poderia satisfazer, a explicação mais provável é que eu tenha sido feito para outro mundo. 

Se nenhum dos meus prazeres terrenos consegue me satisfazer, isso não prova que o universo é uma fraude. Provavelmente os prazeres terrenos nunca tivessem tido a intenção de satisfazer esse desejo, mas apenas de despertá-lo para levá-lo à satisfação real. Nesse caso, tenho de cuidar, por um lado, para nunca desprezar ou ser ingrato por essas bênçãos terrenas e, por outro, nunca tomá-las equivocadamente por algo mais do que elas são: meras cópias, eco ou miragem. Tenho de manter vivo em mim o desejo pelo meu verdadeiro país de destino, aquele que não encontrarei antes da minha morte; nunca devo deixar que ele me sufoque ou fique de lado; a jornada para esse outro mundo e a ajuda para que os outros façam a mesma coisa devem se tornar o objeto principal da vida.”

C. S. Lewis,

Em Cristianismo puro e simples,
trechos das páginas 181 a 184



sábado, 2 de novembro de 2019

Deus não me atendeu! Que decepção!


“ ‘Nabucodonosor lhes dirigiu a palavra e disse: Ó Sadraque, Mesaque e Abedenego, é verdade que não cultuais a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei? Pois [...] se não a adorardes, sereis lançados na mesma hora numa fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus que vos poderá livrar das minhas mãos?

Ó Nabucodonosor, não precisamos responder-te sobre isso. O nosso Deus, a quem cultuamos, pode nos livrar da fornalha de fogo ardente; e Ele nos livrará da tua mão, ó rei. MAS SE NÃO, fica sabendo, ó rei, que não cultuaremos teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.’ (Dn 3:14-18)

A confiança dos três estava depositada em Deus, e não no seu entendimento limitado do que achavam que o Senhor faria. Confiavam de todo coração que Deus iria resgatá-los. Todavia, não eram arrogantes a ponto de achar que ‘estavam lendo Deus corretamente’. Sabiam que Deus não tinha obrigação de agir conforme a sabedoria limitada deles três. Ou seja, a confiança dos jovens estava em Deus, e não em algum plano que achavam que Deus cumpriria. Confiavam em Deus, e isso incluía a confiança de que o Senhor sabia melhor do que eles o que deveria acontecer. Em essência, disseram: ‘Mesmo que o nosso Deus não nos socorra – e tudo bem se assim for – , vamos servir a Ele, e não ao senhor. Vamos servir ao nosso Deus, quer Ele esteja de acordo com a nossa sabedoria, quer não. Não desobedecemos ao rei porque achamos que Deus vai nos poupar; desobedecemos porque nosso Deus é Deus.

Ouço muito as pessoas dizerem: ‘Se queremos que Deus nos abençoe, devemos crer com todo fervor, sem jamais duvidar, que Ele VAI nos abençoar. Temos de clamar por nossa bênção com certeza absoluta de que iremos recebê-la.’ Mas não é isso que vemos aqui ou mesmo em outros lugares da Bíblia. Pensemos nos grandes servos de Deus, de Abraão a José, de Davi ao próprio Jesus Cristo, que oraram muito, mas NÃO obtiveram sempre a resposta desejada. Se orarmos: ‘Querido Deus, SEI que vais responder a esta oração. Tu NÃO PODES deixar de respondê-la’, então nossa confiança não está verdadeiramente na sabedoria de Deus, e sim na nossa. Como pastor, tenho ouvido inúmeras vezes: ‘Confiei em Deus, orei tanto por isso ou aquilo, e Deus não me atendeu. Que decepção!’. Contudo, para sermos mais precisos, a fé e a esperança mais profunda dessas pessoas estavam no plano que fizeram para suas vidas, e Deus não passava de um meio para alcançarem seu objetivo. Na melhor das hipóteses, estavam confiando em Deus e também nos próprios planos. Mas os três rapazes confiaram em Deus e ponto-final.

Superficialmente, a abordagem do ‘eu tenho certeza de que Deus vai nos resgatar’ aparenta confiança, mas no fundo está repleta de ansiedade e insegurança. Nosso medo é que talvez Deus NÃO responda ao nosso pedido de livramento. Sadraque, Mesaque e Abednego, no entanto confiavam em Deus inteiramente. Por isso não vacilaram nem um pouco. Espiritualmente, eles já tinham passado pela prova de fogo. Estavam prontos para o livramento ou a morte – de um jeito ou de outro, tinham certeza de que Deus seria glorificado e que estariam junto dEle. Os rapazes sabiam que Deus os livraria DA morte ou POR MEIO da morte.

A maior alegria dos três era glorificar a Deus, e não usá-lO para alcançar seus objetivos na vida. Como resultado, mostraram-se destemidos. Nada conseguiria derrotá-los.”

Timothy Keller, em
Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento,
Trechos das páginas 250 a 252

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Comamos e bebamos que amanhã morreremos


"'Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos.' ( I Co 15:32). O que ele quer dizer com a frase 'comamos e bebamos' é que, sem esperança da ressurreição, é melhor buscar os prazeres comuns e evitar sofrimento extraordinário. Essa foi a vida que Paulo rejeitou como cristão. Por isso, se os mortos não ressuscitam, e se não existe Deus no céu, ele não teria esmurrado o seu corpo como fez. Não teria rejeitado bons pagamentos por suas tendas, como fez. Não teria encarado as cinco ocasiões em que recebeu trinta e nove chicotadas. Não teria suportado três surras com varas. Não teria arriscado sua vida enfrentando ladrões, desertos, rios, cidades, mares e multidões zangadas. Não teria aceitos noites sem dormir, frio e nudez. Não teria tolerado por tanto tempo cristãos desviados e hipócritas ( II Co11:23-29). Em lugar disso, teria simplesmente levado uma boa vida de conforto e tranquilidade, como um judeu respeitável com as prerrogativas da cidadania romana. 

Quando Paulo diz: 'se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos', ele não está dizendo: 'sejamos todos libertinos'. O que ele tem em mente é uma vida normal, simples, confortável e comum de prazeres humanos que podemos ter sem nos incomodar com céu ou inferno, pecado ou santidade, Deus - SE não existir ressurreição. E o que me deixa pasmo nessa linha de pensamento é que muitos que se dizem cristãos parecem buscar exatamente isso, e o chamam de cristianismo. 

Paulo não considerava seu relacionamento com Cristo a chave para tirar o máximo de conforto e prazer NESTA VIDA. Não, o relacionamento de Paulo com Cristo era um chamado para escolher o sofrimento - um sofrimento que estava além do que daria 'sentido', 'beleza' ou 'heroísmo' ao ateísmo. Era um sofrimento que teria sido totalmente estúpido e de dar dó, se não há ressurreição que conduza à presença alegre de Cristo."


John Piper, em
Em busca de Deus,
Trechos da página 221


segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Você sabia que ABA é um grito/clamor?


“Quantos de nós já ouvimos ABA exposto como a pronúncia infantil das palavras ‘pa-pa’ ou ‘papai’? Esse brado, entretanto, no contexto das Escrituras, não é uma pronúncia infantil. O brado ABA é um grito. Esse brado não é tanto o som de um bebê olhando para o pai e rindo, quanto é o som de uma criança gritando: ‘Papai!’ – quando atacada por um buldogue furioso. Trata-se da teologia do brado essencial.

De todos os aspectos perturbadores do orfanato no qual encontramos nossos meninos (o autor e a esposa adotaram 2 meninos), um se sobressai em horror. Era silencioso. No lugar havia um silêncio sinistro, mais quieto que a Biblioteca do Congresso, apesar de haver berços cheios de bebês em cada cômodo. Se você prestasse atenção, poderia ouvir o som de um balanço suave – os bebês balançando a si próprios, em seus berços. Eles não choravam, porque ninguém respondia a seu choro. Então paravam. Isso é desumano, em seu horror.

É mediante esse tipo de oração (ABA) que sabemos que recebemos o ‘espírito de adoção’ (Rm 8:15). Por meio dessa oração que ‘o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros’ (Rm 8:16-17). Às vezes essa passagem confunde os crentes porque supomos que isso signifique existir um lembrete interno assegurando-nos de que realmente somos filhos de Deus. Supomos que isso signifique um tipo de paz em nosso coração, a tranquilidade da segurança. Na verdade, trata-se do contrário.

Paradoxalmente, a Bíblia fala de nossa adoção em Cristo como um acontecimento passado, mas também como um acontecimento futuro. ‘Gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos’, Paulo escreveu; e ele nos disse a que isso se assemelha: à ‘redenção do nosso corpo’ (Rm 8:23). Legalmente pertencemos a nosso Pai. Porém, enquanto nossos corpos estão morrendo, e o universo ofega em dores ao nosso redor, com certeza parece que ainda somos órfãos. Por fé sabemos que somos filhos, ainda não o sabemos por vista.

Certa vez, durante um encontro com vários amigos, parei de ouvir a pessoa que falava comigo e curvei a cabeça para ouvir uma conversa que outro homem (muito mais velho e sábio) mantinha com outros. Ele falava de antigos padrões judeus de oração e de como eles são diferentes dos padrões contemporâneos. Os primeiros cristãos judeus, nossos antepassados, ele disse, raramente oravam em silêncio e com a cabeça baixa. Em vez disso, oravam em voz alta, com os braços estirados em direção ao céu. Sabemos disso por meio das Escrituras do Antigo Testamento, assim como da arte cristã primitiva.

Eu sabia disso, mas o que me deu arrepios foi a caracterização feita por aquele senhor a respeito desse ponto de vista. Ele ficou de pé com os braços levantados e perguntou: ‘Isso não parece com uma criança dando seus primeiros passos, em quase qualquer cultura humana, clamando a seus pais que lhe deem comida ou atenção?’. Ele continuou: ‘Isso também não é cruciforme? Como foi que nosso Senhor Jesus teria clamado: ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’. Não foi com braços estendidos ao céu, como uma criança faz com seu pai?”

Russell D. Moore,

Em “Adoção, Sua extrema prioridade para famílias e igrejas”,

Trechos das páginas 75 à 80.

Super recomendo a leitura deste livro!

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Trechos impactantes do livro da Elisabeth Elliot

"Deus é Deus. Se Ele é Deus, merece minha adoração e meu serviço. Não encontro paz em nenhum lugar a não ser na vontade de Deus, e Sua vontade está infinita, imensurável e indizivelmente acima de meus conceitos mais profundos do que Ele intenciona fazer.

É nesse contexto que o evento tem de ser entendido - como um acontecimento na história da humanidade. Acontecimento importante de certa maneira e importante para algumas pessoas, mas apenas um acontecimento. Deus é o Deus da história humana e Ele trabalha de modo contínuo e misterioso, realizando Seus propósitos eternos em nós, por nós e através de nós.

Existe sempre a tendência de simplificar, de avaliar com interpretações que não podem jamais cobrir todos os detalhes nem sobreviver a uma inspeção apurada. Sabemos, por exemplo, que, na história da igreja cristã, o sangue dos mártires foi derramado muitas vezes. Assim, somos tentados a pressupor uma equação simples aqui: Cinco homens morreram. Isso significa que um número tal de Waorani se tornarão cristãos.

Talvez sim. Talvez não. Causa e efeito estão nas mãos de Deus. Não faz parte da fé simplesmente deixar que eles descansem lá? Deus é Deus. Se eu exigir que Ele aja de modo a satisfazer minha ideia de justiça, estarei destronando-O. Este é o mesmo espírito que provocou a frase: 'Se és filho de Deus, desce da cruz.' Existe descrença, e até mesmo rebelião, no comportamento que afirma: 'Deus não tinha o direito de fazer isso com os cinco homens, a não ser...'.

Acredito de todo o coração que a História de Deus tem um final feliz... Mas não agora, não necessariamente agora. É preciso fé para se manter firme diante do grande fardo da experiência, que parece provar o contrário. O que Deus quis dizer com felicidade e bondade é muito mais elevado do que podemos imaginar...

Resumindo, na história Waorani, como em outras histórias, somos consolados desde que não examinemos muito de perto o acontecimento desgostoso. Com essa evasão, continuamos prontos a falar do trabalho como NOSSO, a nos apropriarmos de qualquer coisa que traga sucesso e a negar todo fracasso.

A fé mais saudável busca um ponto de referência longe da experiência humana, a estrela-do-norte que marca o curso dos eventos humanos, não esquecendo aquele impenetrável mistério da interação da vontade de Deus com a do homem (p. ex., 'Jesus não realizou muitos milagres ali, por causa da incredulidade do povo'; 'Jesus foi entregue pelo conselho determinado'...).

No entanto, somos pecadores. E somos fanfarrões. Lembro-me de uma vez no instituto bíblico quando quase caí na risada no meio de uma oração. Depois de uma longa reunião na qual um aluno após o outro confessava seus pecados, reais ou imaginários, nosso diretor, L. E. Maxwell, levantou-se e trovejou: 'Ó Senhor, liberta-nos de nosso triste, doce e fedorento eu!'.

Não devemos depender de nosso nível espiritual. É só em Deus e nada menos do que Deus que nos firmamos, pois a obra é de Deus, o chamado é de Deus e tudo é realizado por Ele e Seus propósitos: o cenário todo, a confusão toda, o pacote todo - nossa coragem e nossa covardia, nosso amor e nosso egoísmo, nossas forças e nossas fraquezas. O Deus que conseguiu tomar um assassino igual a Moisés e um adúltero igual a Davi e um traidor igual a Pedro e transformá-los em Seus servos é um Deus que também pode salvar indígenas selvagens, usando como Seus instrumentos de paz um conglomerado de pecadores que às vezes parecem heróis e às vezes vilões, pois 'temos [...] esse tesouro em vasos de barro, para que o poder extraordinário seja de Deus e não nosso'. ( II Co 4:7).

Nem sempre sabemos onde o horizonte se situa. Se não fosse pela bruxuleante luz no oceano branco, não saberíamos onde termina o céu e onde começa o mar. Aquele que lançou o fundamento da terra e traçou suas dimensões sabe onde as linhas são desenhadas. Ele oferece toda a claridade de que precisamos para confiar e obedecer."

Elisabeth Elliot,
trechos do livro Através dos portais do esplendor.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Pensando sobre a IRA


“Em sua última aparição, Jonas está discutindo sob a planta imprevisível, discutindo com Deus.

Discutir com Deus é uma antiga e venerável prática bíblica: Moisés, Jô, Davi e Pedro eram todos mestres nisso. É uma prática em que homens e mulheres no ministério têm muita experiência. Praticamos muito isso porque estamos sempre lidando com Deus de alguma forma, e Deus não se comporta da maneira como esperamos.

Jonas está discutindo porque foi surpreendido pela graça. Ele está tão chocado que reage de forma mal-educada. Sua ideia do que Deus tinha de fazer e o que Deus faz na verdade são radicalmente diferentes. Jonas se lamenta. Fica bravo. A palavra IRA ocorre 5x nesse último capítulo.

A IRA é muito útil como instrumento de diagnóstico. Quando a ira irrompe em nós, é sinal de que há algo errado. Algo não está funcionando direito. Há mal, incompetência ou estupidez por perto. A ira é nosso sexto sentido que fareja o que há de errado na vizinhança. Em termos de diagnóstico, ela é praticamente infalível, e aprendemos a confiar nela. A ira é causada por uma intensidade moral/espiritual que carrega convicção; quando estamos irados, sabemos que estamos perto de algo importante. Quando Deus disse a Jonas: “É razoável essa tua ira por causa da planta?”, Jonas respondeu: “É razoável a minha ira até à morte.” [Jn 4:9].

Aquilo que a ira deixa de fazer, no entanto, é nos dizer se o que há de errado está fora ou dentro de nós. Geralmente, começamos supondo que o que está errado é externo – nosso cônjuge ou nosso filho ou nosso Deus fez algo de errado, e estamos irados. Foi isso que Jonas fez, e ele discutiu com Deus. Quando seguimos a trilha da ira com cuidado, descobrimos que ela leva a um erro dentro de nós – informação errada, mal-entendidos, coração imaturo. Se admitirmos e encararmos isso, passamos de nossa discussão com Deus para algo grande e vocacional em Deus.”

Eugene Peterson

domingo, 7 de julho de 2019

Aprendendo a humildade com Jesus


 “Pouquíssimos cristãos verdadeiramente se parecem com Cristo. Poucos são os mansos e humildes de coração.

Jesus não pensava menos de si mesmo. Ele era dependente e completamente obediente ao Pai (Jo14:6). Contudo, pensava menos em si mesmo do que na salvação de Seus irmãzinhos. Esse era o seu estado de espírito e a essência da humildade.

Jesus não possuía os pecados e imperfeições que justamente humilham os melhores homens, mas estava tomado por um profundo senso das infinitas perfeições de Deus. Para Jesus, somente Deus era essencialmente bom. Por que Jesus era atraído pelos que não tinham atrativos? Por que Ele desejava contato com pessoas indesejáveis e amava os que não era dignos de amor pelos padrões humanos? Por que Ele amava tanta gente fracassada, derrotada e indigna? Porque seu Pai também ama!

“Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai, porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” Jô 5:19

Sua postura inabalável em relação ao Pai o livrava de olhar para Si mesmo. Mergulhado em fascínio e gratidão, Ele nos ensinou o verdadeiro sentido da humildade. Ele dedica toda honra ao Pai do Céu, sujeita-se aos Seus pais terrenos e à cultura da época, retira-se quando querem fazê-lo rei e demonstra submissão diante das afrontas e sofrimento que experimenta.

Humildade não só constituiu um aspecto essencial da personalidade de Jesus, mas também revelou a compreensão correta do Seu messianismo e do reino de Deus. Ele desafiou a “sabedoria” com relação a COMO e QUEM o Messias iria salvar. Jesus falou claramente que Ele não era como os outros líderes religiosos e políticos da época (e provavelmente do mundo atual). Ele jamais se comportaria da mesma maneira que eles na busca dos seus objetivos para inaugurar o Reino do Seu Pai!

Ele queria deixar bem claro que não se preocupava com os desejos e paixões do coração humano inclinado para si mesmo.

Ele dizia que Deus cuidava dos fracos, pecadores, publicanos e pessoas esquecidas. Elas precisavam do Seu toque de cura. Ele lutaria até a morte pela salvação do homem, mas não faria isso através do poder humano, guerra e ódio. Ele manteria uma posição de humildade e amor, não chamando a atenção para si mesmo, mas canalizando toda atenção para o Seu Pai, com grande amor, humildade e devoção.”

Rubens Muzio, em

Jornada pela humildade, a longa descoberta do orgulho e o seu remédio,

Páginas 48 a 51, trechos

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Submeta-se ao Oleiro


 Gosto da história sobre um casal que foi a uma loja de antiguidade certo dia e encontrou uma linda xícara de porcelana na prateleira. Eles a tiraram da prateleira para vê-la mais de perto e disseram que gostariam muito de adquirir aquela xícara maravilhosa.

De repente, a xícara começou a falar: ‘Eu nem sempre fui assim. Houve um tempo em que eu não passava de um monte de argila fria, dura e sem cor.

Um dia, meu mestre me pegou e disse que poderia fazer algo comigo. Então, Ele me deu um tapinha carinhoso, trabalhou em mim e mudou meu feitio.

Eu perguntei: ‘O que você está fazendo? Isso dói. Eu não sei se quero ficar assim! Pare!’. Mas Ele disse: ‘Ainda não.’.

Então, Ele me colocou na roda e começou a girar até eu gritar: ‘Tire-me daqui, estou ficando tonto!’. ‘Ainda não!’, foi a resposta.

Ele, então, me fez no formato de uma xícara e me colocou no forno. Eu gritei: ‘Deixe-me sair! Está quente aqui, estou sufocando’. Mas Ele olhou para mim pela janelinha do vidro e disse com um sorriso no rosto: ‘Ainda não!’.

Quando Ele me tirou de lá, achei que tinha acabado de operar Sua obra em mim, mas então Ele começou a me pintar. Eu não podia acreditar no que estava por vir. Ele me colocou no forno de novo, e eu disse: ‘Você tem que acreditar em mim, eu não aguento isso! Por favor, tire-me daqui!’. Mas Ele disse: ‘Ainda não!’. Ele finalmente me tirou do forno e me colocou na prateleira e achei que tinha se esquecido de mim.

Então, um dia, me pegou da prateleira e me pôs diante de um espelho. Eu não podia acreditar nos meus próprios olhos: eu havia me transformado numa linda xícara de porcelana que todo mundo quer comprar.’”

Contado por Joyce Meyer,
Escrito por Pri de Luz

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Provada e refinada


“Em seu maravilhoso livro “Deus assim desejou para o seu bem”, o Dr. R. T. Kendall escreve: “Cada provação pretende mostrá-lo algo sobre você mesmo que você não sabia.”. Tenho refletido muito sobre essa afirmação, especialmente em relação a quando fui traída por alguém que eu amava e em quem confiava. Aquela provação me ensinou algo sobre a outra pessoa – mostrou-me sua verdadeira natureza - , mas não sobre mim mesma?

A verdade é que cada provação e minha reação a ela revelam algo novo sobre mim porque me obrigam a responder com o coração, a mente ou a conduta:

* Alego confiar em Deus, mas confio mesmo?
* Alego que Deus está no controle, mas realmente abro mão deste controle?
* Alego que Deus é meu libertador, mas permito que Ele me sustente?
* Alego que Deus é meu defensor, mas continuo a querer defender meu caso?

E as respostas a esse tipo de perguntas? O ministro John Cotton disse: “Enquanto ainda houver o menor traço de resistência em você, você não está pronto.”.”


Sheila Walsh

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Lançamentos 2019

É com muita alegria que mostro para vocês 
as capas dos meus novos livros, 
que estão na fase final de produção, 
já sendo impressos e embalados. 



Que tal garantir o seu agora mesmo? 
Já comecei a PRÉ-VENDA. 
A gráfica irá me entregar os livros até a primeira semana de junho, e assim que os receber, enviarei a primeira remessa aos Correios para os primeiros compradores.




Tempo de refrigério, 236 páginas.



Florescer, 240 páginas.



Frutificar, 198 páginas.

Interessados, combinar a compra comigo através 

do email: priscillaluz@gmail.com; 
ou inbox na página do Facebook: Pri de Luz 
ou in direct no Instagram: @prideluz

Dois rapazes...


“Lembro-me de dois rapazes de minha igreja que eram atores. Os dois se inscreveram para interpretar o mesmo papel, que seria o mais importante na carreira deles.

Ambos eram cristãos professos, mas um deles, a meu ver, colocava todas as suas esperanças emocionais e espirituais na conquista de uma carreira bem-sucedida.

Ele cria em Jesus, porém era óbvio que só aproveitava a vida e sentia-se bem consigo mesmo se a carreira estivesse indo bem.

O outro jovem também era um cristão professo, mas, após algumas decepções, ele decidiu que o principal objetivo da vida seria agradar e honrar o Deus que o salvou. E achou que poderia fazer isso sendo ator.

Nenhum dos dois conseguiu o papel.

O primeiro jovem ficou desolado, entrou em depressão e tornou-se usuário de drogas.

O outro ficou arrasado de início, e chorou bastante. Logo depois, no entanto, estava bem, e explicou: ‘Acho que me enganei. Pelo jeito, posso agradar e honrar melhor a Deus em outra profissão.’

Percebe a diferença?

Para o segundo rapaz, a carreira de ator era um meio para alcançar um fim; para o primeiro, a carreira era um fim em si mesmo.

As circunstâncias da vida não conseguiram atingir o tesouro mais valioso do segundo rapaz, porém acabaram com o do primeiro, e o resultado foi terrível.

Ser amado por Deus, ser conhecido por Deus, é o tesouro mais valioso que existe. Se você o transformar em seu tesouro por excelência, então nenhum ladrão invadirá nem roubará o que é seu (Mt 6.19).”

Timothy Keller, em
Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento,
Trechos das páginas 327 e 328

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Maravilhoso Conselheiro



Isaías 9:6 é uma profecia que relaciona vários títulos para o futuro Messias. Dentre estes títulos há Maravilhoso e Conselheiro. Entretanto, desde que o original hebraico não tem pontuação, alguns estudiosos acreditam que estas duas palavras devem vir juntas como um único título para Jesus Cristo: Maravilhoso Conselheiro. Sendo este caso ou não, todavia é verdade que Ele é um Maravilhoso Conselheiro.

Ele fala conosco através da nossa consciência quando erramos. Ele fala com uma voz mansa e delicada quando meditamos. Às vezes, Ele fala conosco através de nossos amigos ou talvez através daqueles que não concordam com as nossas ideias. Ele fala conosco através dos acontecimentos do dia a dia, mas Ele fala mais conosco através de Sua Palavra. Precisamos de uma sensibilidade aos Seus conselhos.

Nossa própria visão é limitada, impedida por considerações terrenas. Vemos os problemas de uma perspectiva terrena distorcida. Frequentemente temos fé naquilo que queremos que seja verdade para confirmar as escolhas que fazemos. Precisamos de alguém que nos aconselhe por uma perspectiva celestial, então poderemos tomar decisões que valerão por toda a eternidade. Precisamos de um Maravilhoso Conselheiro. Este Maravilhoso Conselheiro é Jesus Cristo. Vamos prestar atenção aos Seus conselhos.”

Enos D. Stutzman,

Em Junto às águas tranquilas, página 112

quinta-feira, 18 de abril de 2019

MAZAL TOV


"Quando algo de ruim de pouca importância acontece, tal como a quebra de um copo ou um prato, é condicionamento imediato da tradição judaica se dizer "MAZAL TOV" - "que sorte!".

O sentido desse reframing é expressar: que bom que foi apenas algo insignificante que se quebrou, agora você sabe que anda distraído e pode cuidar para que um acidente de maiores consequências não venha a ocorrer.

Assim sendo, a perda de dinheiro, o bater com a roda do carro no meio-fio e inúmeras situações que para muitos é sinal de azar podem ser recontextualizadas como sorte.

Esta com certeza foi uma lição apreendida das agrugas que através dos séculos marcaram a história dos judeus. É um saber da sobrevivência, como explicita o reframing desta conclusão: "é melhor o judeu perder a barba, do que a barba perder o judeu".

Milton Bonder, em

O segredo judaico de resolução de problemas,

Página 61 e 62

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Contribuir


“Um homem se queixou com seu pastor:

- A vida está se tornando um contínuo contribuir, contribuir, contribuir...

O pastor lhe disse:

- Você acaba de dar uma das melhores descrições da vida cristã que eu já ouvi.

Assim é a vida do cristão. Contribuímos e contribuímos, e depois contribuímos mais, até nos doer.

O cristão contribui com seu dinheiro, seu tempo, seu ser, suas posses e o que o mundo chama de direitos pessoais. Contribuímos com tudo pela causa de Cristo, que disse: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.”

Não contribua esperando receber algo em troca. Alguém disse: “Se damos um presente ou fazemos um favor esperando receber algo em troca, já não é um presente mas, sim, uma troca.”.”

Kevin Miller, em

Junto às águas tranquilas,


página 59

domingo, 17 de março de 2019

Quando Cristo passa a viver em nós


“A partir do momento em que Cristo passa a viver em nós, tudo começa a mudar. Nossa mente muda. Pela primeira vez, percebemos quem Deus é, o que Jesus fez e quanto precisamos dEle. Nossos desejos mudam. As coisas deste mundo que antes amávamos, agora odiamos. As coisas de Deus que antes detestávamos, agora amamos. Nossa vontade muda. Vamos aonde Jesus nos envia, damos o que Jesus ordena e sacrificamos o que for preciso para viver em obediência firme à Sua Palavra. Nossos relacionamentos também mudam. Oferecemos nossas vidas ao amor uns pelos outros na Igreja, pois juntos espalhamos o evangelho ao mundo.

Acima de tudo, nossa razão para viver muda. Posses e status não são mais nossas prioridades. Conforto e estabilidade não são mais nossas preocupações. Segurança não é mais nosso objetivo, porque o ego não é mais nosso deus. Agora queremos a glória de Deus mais do que nossa própria vida. Quanto mais O glorificamos, mais desfrutamos dEle, e mais reconhecemos que é isto que significa biblicamente ser cristão.”

David Platt, 
em Siga-me,
página 36

quarta-feira, 6 de março de 2019

Dois construtores

            
“Dois construtores construíram, cada qual, o seu castelo de areia.

Um era um menino na praia, que encheu seu balde de areia molhada e ficou maravilhado ao criar uma torre.

O outro era um homem ocupado, assentado no seu escritório na cidade, organizando papéis e delegando tarefas. Falava ao telefone enquanto dedilhava o teclado, fazia cálculos e assinava contratos. Ficou maravilhado quando viu o lucro realizado. Trabalhou a vida inteira; planejando, manipulando e ganhando dinheiro, construiu seu castelo.

Os dois construtores e os dois castelos têm muito em comum. Os dois construíram algo onde não tinha nada. Ambos usaram de empenho e diligência. Para ambos, quando mudar a maré, será o fim.

O menino espera o fim do seu castelo. Ele não se surpreende quando vem a maré e leva o que ele construiu. Ele sorri, pega suas ferramentas, segura na mão do pai e volta para sua casa.

Para o empresário não é tão fácil assim quando chega o fim e as ondas devoram seu castelo. Molhado e tremendo, rosna entre os dentes cerrados: ‘O castelo é meu!’. O oceano não responde. Ambos sabiam de quem era a areia.

Quantas vezes somos como o empresário desta história! Achamos que, sendo que trabalhamos para ganhar o que temos, então é nosso. Mas Deus é que deu tudo. Para não ficarmos apegados demais a estas coisas, devemos lembrar sempre da eternidade. Se fizermos isso, no fim teremos grande alegria.”

Jonathan Coblentz,

Junto às águas tranquilas,

(Meditações diárias, diversos autores)


Página 15

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

O que precisamos por toda eternidade


“Exatamente porque não amamos o Senhor Deus somente por quem Ele é, estamos sujeitos a altos e baixos dependendo do que acontecer na vida. Nosso coração não fica totalmente satisfeito em Deus a não ser que outras coisas também estejam indo bem; assim, não temos raízes profundas, somos golpeados e arrastados pelos ventos de mudanças. Mas para nos tornarmos verdadeiramente ‘adoradores livres’ de Deus, alcançando a fonte de alegria, desconhecida pelo mercenário, pelo devoto religioso condicional, geralmente temos de sofrer um desnudamento. Precisamos entender que obedecer a Deus não nos trará benefício nenhum. É nesse momento que buscar, orar e obedecer a Deus começam a nos transformar.

Assim, a vida aprofundada com Deus que Jó acaba recebendo só é alcançada porque Deus não lhe contou o porquê de tanto sofrimento. Deus teria reforçado o impulso autojustificador de Jó caso lhe tivesse revelado os motivos. Em vez disso, o sofrimento leva Jó a amar e confiar em Deus simplesmente porque Ele é Deus. Jó se transforma numa pessoa de muita força e alegria, que não precisa de circunstâncias favoráveis para se manter firme espiritualmente. Isso transforma o sofrimento – ou, mais propriamente dito, os resultados do sofrimento – numa grande dádiva; e esse nível de confiança na graça de Deus muito provavelmente não seria alcançado de outra forma. Como  Francis Anderson diz, Jó nunca teve uma visão mais ampla da situação, ele viu somente o Senhor Deus. Mas, na verdade, isso é tudo de que precisamos, por toda a eternidade.”

Timothy Keller, em
Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento,
página 302

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

A história das almôndegas

“Era uma vez uma cozinha num palácio, uma das mais grandiosas que o mundo já vira. Havia panelas e frigideiras penduradas em todas as paredes e deliciosos ingredientes empilhados, esperando para serem preparados. No meio da cozinha havia uma enorme chaminé e sob ela um magnífico fogão de ferro.

Cinquenta cozinheiros trabalhavam dia e noite para preparar a comida para a mesa do rei. Havia tortas recheadas com carne de pavão, carneiros assados, churrascos e travessas e mais travessas de almôndegas, pois todos sabiam que o prato favorito do rei era almôndegas ao molho branco cremoso.

Bem, um dos cozinheiros subalternos tinha acabado de preparar a última travessa de almôndegas. Ele abriu a grande porta de ferro do forno e inseriu a travessa. O prato começou a arder enquanto a gordura derretia e a temperatura subia. O calor se tornou cada vez mais sufocante, e as almôndegas começaram a cozinhar. Elas gritaram para a sua líder: ‘Socorro, socorro, faça alguma coisa, por favor, estamos sendo cozidas vivas. Faremos qualquer coisa por você, mas precisa salvar nossa vida!’

A almôndega líder, que era a maior de todas, ergueu-se o máximo que pôde e falou às suas companheiras almôndegas: ‘Tenham fé, ó almôndegas, eu as salvarei. Prometo que não seremos cozinhadas, mas que a salvação chegará da maneira mais extraordinária!’ ‘Qual será nossa salvação, ó grande líder?’ ‘Virá um remédio refrescante para aliviar suas queimaduras e uma cama perfumada para vocês deitarem e descansarem.’

Nesse exato momento, a porta do forno foi aberta e um molho branco frio foi vertido sobre as almôndegas. Elas suspiraram de alegria e agradeceram a Deus por salvá-las do fogo terrível.

‘Vocês não me escutaram, companheiras almôndegas’, declarou a almôndega líder, ‘pois prometi um remédio refrescante e, vejam só, ele chegou’. Mas então o calor começou a aumentar novamente e algumas das almôndegas, aquelas mais perto da borda da travessa, foram assadas vivas. ‘Ó, líder’, gritaram as outras, ‘por favor, salva nossa alma. Vamos segui-la até os confins da terra. Simplesmente nos salve desde calor horrível.’ ‘Fiquem calmas, minhas almôndegas’, disse a almôndega líder. ‘Acalmem-se e o fogo resfriará. Prometo a vocês.’

Naquele momento, a porta do forno abriu novamente e a grande travessa foi cuidadosamente removida pelo cozinheiro. Ele a sacudiu um pouco, para garantir que as almôndegas não estavam grudando no fundo e virou a travessa sobre uma camada de arroz cor de açafrão. O prato estava adornado com ervas e folhas perfumadas. As almôndegas foram transportadas da cozinha pelos corredores do palácio até a sala do trono, onde o próprio rei estava jantando com seus convidados.

As almôndegas não conseguiam acreditar na virada que houve na sua sorte. ‘Eu disse a você que nossa má sorte se inverteria’, declarou a almôndega maior. ‘Só precisam acreditar em mim, pois sou a líder’. As outras almôndegas teciam elogios enquanto se ajeitavam na macia camada de arroz. Subitamente o prato foi colocado diante do próprio rei.

Algumas das almôndegas foram ofuscadas pelo brilho das joias no pescoço dos convidados, e outras foram dominadas pelo som dos músicos tocando sobre um tablado na sala.

Mas então a irmandade das almôndegas foi removida um punhado de cada vez, tiradas da travessa e servidas em pratos individuais. E, pior ainda, bocas famintas ao redor da mesa começaram a devorá-las. ‘Ó, líder, nossa líder’, gritaram as almôndegas restantes, ‘o que está acontecendo conosco? Nossas integrantes estão sendo selecionadas e da maneira mais chocante. Estamos sendo exterminadas.’

O próprio rei enfiou um garfo na travessa e perfurou seis almôndegas de uma vez. ‘Traição!’, gritaram as últimas almôndegas. ‘Como isso pode estar acontecendo conosco?’ A essa altura, a almôndega líder estava farta de ouvir sobre os problemas que suas seguidoras almôndegas estavam encarando. Ela gritou para as outras: ‘Vocês foram refrescadas pelo molho branco medicinal, não foram?’ ‘Sim, fomos sim!’, gritaram as últimas almôndegas que restavam. ‘E foram removidas do fogo terrível e colocadas sobre uma cama de arroz fresco e tranquilizante, não foram?’ ‘Sim, nós fomos!’, disseram. ‘Bem, quando vão compreender que vocês são almôndegas e que estão destinadas ao estômago de homens famintos?’

Logo em seguida, a almôndega líder foi garfada e engolida inteira pelo rei. As últimas almôndegas na travessa continuaram a gritar, berrar e protestar sua recusa a serem comidas. Mas a essa altura já não havia mais ninguém para ouvir seus gritos.”

Tahir Shah,

Em Noites Árabes,


Página 325 a 327

sábado, 26 de janeiro de 2019

O que significa caminhar com Deus no sofrimento? – Parte 2



“Caminhar com Deus no sofrimento significa tratar Deus como Deus e como alguém presente ao nosso lado. Caminhar é algo simples, sem dramas, que segue um ritmo: consiste de passos repetidos e regulares que conseguimos manter por um longo tempo. Em Gênesis 17:1, Deus não manda que Abraão ‘dê cambalhotas na Minha presença’ nem ‘corra na Minha presença’, pois ninguém consegue fazer isso diariamente. Muitas pessoas comparam o crescimento espiritual a mergulhar de um trampolim, e então dizem: ‘Vou entregar minha vida a Deus! Vou deixar as coisas erradas de lado; vou mudar completamente! Esperem seis meses, e serei uma nova pessoa!’. CAMINHAR NÃO É ISSO. Caminhar é orar todos os dias, é ler a Bíblia todos os dias, é obedecer todos os dias, é ter comunhão com os cristãos, é adorar a Deus em comunidade, é comprometer-se com a vida da igreja e participar dela integralmente. É algo rítmico e constante. Caminhar com Deus é uma metáfora que significa progredir devagar e sempre.

Caminhar com Deus pelo sofrimento significa então que, em geral, a pessoa não fica imediatamente livre de dúvidas, dores e medos. Pode haver momentos em que recebemos uma paz ‘que ultrapassa todo entendimento’, surpreendente e inexplicável (Fp 4:7). Haverá dias em que um novo entendimento nos banhará como um raio de luz numa sala escura. Certamente haverá progresso – ele faz parte da metáfora do caminhar – , porém, normalmente será um progresso lento e contínuo que ocorre apenas se mantivermos as atividades diárias, regulares, envolvidas na caminhada.

Quais são essas atividades diárias e regulares? Que instrumentos específicos usamos para manter comunhão com Deus e ficar mais fortes nas dificuldades, em vez de desfalecer? A Bíblia toda apresenta muitas atitudes e maneiras diferentes de lidarmos com o sofrimento. Somos chamados a caminhar, a lamentar e a chorar, a confiar e a orar, a pensar, a agradecer, a amar e a ter esperança...”


Timothy Keller, em
Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento,
Trechos das páginas 256 e 257

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O que significa caminhar com Deus no sofrimento? Parte 1


“Temos de caminhar com Deus. E o que significa caminhar com Deus? Significa que devemos tratar Deus COMO Deus e como alguém que está conosco. Significa, naturalmente, falar com Ele, abrir-lhe a alma em oração. Significa confiar nEle. Porém, acima de tudo, significa enxergar com o coração que, ao morrer na cruz, Jesus se lançou na fornalha por você. É preciso saber disso para confiar nEle, ser-lhe fiel e, assim, transformar-se em ouro puríssimo no calor. Se você se lembrar, agradecido e maravilhado, de que Jesus foi lançado na fornalha suprema EM SEU lugar, vai sentir a presença dEle COM você nas pequenas fornalhas da vida.

Caminhar com Deus pelo sofrimento significa recordar o evangelho. Jesus foi lançado na suprema fornalha, fornalha que nós merecíamos. E é assim que somos salvos: se crermos nEle, nenhuma condenação nos alcançará. E, se todavia, você crê que Deus salva apenas quem vive corretamente? Se é isso o que pensa, quando o sofrimento vier você odiará a Deus ou a si mesmo. Você dirá: ‘Tive uma vida correta. Mereço algo melhor. Deus me traiu.’ Ou ‘Lamento, mas não vivi como deveria. Sou um fracassado’. Seja como for, cairá em desespero. E seu coração, esquecendo-se do evangelho, ficará divido entre a raiva e a culpa.

Se você entrar na fornalha sem o evangelho, não encontrará Deus lá dentro. Mas achará, sem dúvida alguma, que Deus errou feio, ou que você errou feio, e se sentirá muito sozinho. Entrar na fornalha sem o evangelho é a coisa mais perigosa que alguém pode fazer. A pessoa ficará zangada com Deus ou consigo mesma, ou com ambos.

Porém, que tal se você disser a si mesmo ao ser lançado na fornalha: ‘Esta é minha fornalha. Não estou sendo castigado por meus pecados, pois Jesus foi lançado na fornalha suprema em meu lugar. E se ele encarou fielmente a maior fornalha de todas por mim, conseguirei atravessar esta fornalha menor por amor a Ele. E sei que, se confiar nEle, essa fornalha fará de mim uma pessoa melhor’.

John Rippon, compositor de hinos, elaborou esta clássica declaração:

Se por fundas águas vos queira passar,
Os rios da tristeza não vão extravasar.
Eu vos abençoo, convosco estarei.
Pra santificar-vos a dor usarei.

Se, quando provados, vos forem lograr,
Tereis a provisão de minha graça sem par.
Não quero que as chamas vos venham tocar,
Mas das impurezas vos vou refinar.

A alma que em Cristo buscou repousar
A seus inimigos não vou entregar.
Embora o inferno a queira abalar,
Jamais, jamais Eu a hei de abandonar.”


Timothy Keller, em
Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento,
Trechos das páginas 255 e 256

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Sofrimento é um presente?


“Um dos méritos do livro é Jó ser levado ao contentamento sem nunca conhecer todos os fatos de seu caso [...]

[O] teste só funcionaria se Jó não soubesse de seu objetivo. Deus lança Jó numa experiência de desamparo para que ele ingresse numa vida de fé desnuda, em que aprenda a amar a Deus por Quem Ele é.

Deus parece dar esse privilégio a poucas pessoas, uma vez que elas pagam um preço terrível de sofrimento pelas descobertas alcançadas. Mas parte da descoberta é ver o próprio sofrimento como uma das dádivas mais preciosas de Deus.

Ocultar a história toda de Jó, mesmo quando o teste acabou, manteve-o caminhando pela fé, e não pela vista. No fim do sofrimento, Jó não diz: ‘Agora eu entendo tudo’. Ele nunca entende tudo. Ele vê Deus. Talvez seja melhor Deus nunca contar a história toda de nossa vida.”

Francis Anderson

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Os homens e a fruta



“Havia uma vez três homens, todos eles desejavam fruta, embora nenhum deles tenha jamais visto uma, já que era muito rara no seu país.

Aconteceu que todos viajaram em busca daquela coisa quase desconhecida chamada fruta. E também aconteceu que, mais ou menos ao mesmo tempo, cada um deles encontrou seu caminho até uma árvore frutífera.

O primeiro homem estava distraído. Chegou até uma árvore frutífera, mas havia passado tanto tempo pensando as direções que ele não reconheceu a fruta. Sua viagem foi desperdiçada.

O segundo homem era um tolo, que levava tudo ao pé da letra. Quando viu que todas as frutas da árvore estavam passadas, disse: ‘Bem, já vi a fruta e não gosto de coisas podres; então, pra mim, esse é o fim da fruta’. Seguiu seu caminho e sua viagem foi desperdiçada.

O terceiro homem era sábio. Pegou algumas frutas e as examinou. Depois de pensar um pouco e se esforçando para se lembrar de todas as possibilidades dessa iguaria, descobriu que dentro de cada fruta havia um caroço. Assim que soube que esse caroço era uma semente, tudo o que teve que fazer foi PLANTAR, CULTIVAR E ESPERAR pela – FRUTA.”

Tahir Shah,

Em Noites Árabes,


Página 220

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Problemas de preferências

“Nossos maiores problemas na vida não são problemas ignorância, são problemas de preferências, e isso significa que a nossa maior necessidade é não apenas novas informações, a nossa maior necessidade tem sido novas preferências, novos desejos, novos amores. Como assim?

1) A conexão entre Romanos 1:23 e 24: "mudaram a glória do Deus imortal por imagens. . . Portanto "- que é uma palavra muito importante -" Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si "Então, a troca verticalmente no versículo 23 [eles trocaram a glória de Deus] resulta em Deus entregá-los às paixões infames horizontal do corpo em luxúria. Onde é que a luxúria vem? Onde é que a fragilidade nos dada por Deus da bela realidade sexual vem? Onde é que a fraqueza vem? Ela vem da troca.

2) Aqui está mais uma vez, a conexão entre os versículos 24 e 25: "Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si", - "Por que Ele fez isso? Por que Deus nos entregou a esta confusão? "Porque eles mudaram a verdade de Deus pela mentira." Outra troca, mesma troca. A verdade sobre Deus, a glória de Deus pela mentira. "E adoraram e serviram à criatura" - isto é, nós - "antes que ao Criador, que é bendito eternamente!” Preferimos o homem.

Então, Ele diz que a causa - não perca a palavra "porque" - a causa da luxúria, da impureza, de desonrarem o corpo é o abraço de uma mentira a respeito de Deus. A escuridão da criação é devida à escuridão quando olhamos para o Criador. Acreditamos que a criação é mais valiosa do que Deus. Nossos amigos são mais valiosos para nós do que Deus é para nós. E o prazer sexual é mais valioso para nós do que Deus o é para nós. Trocamos Ele por uma mentira, e Deus nos entrega, Ele deixa.

3) A ligação entre os versículos 25 e 26: "Eles mudaram a verdade de Deus pela mentira." Verso 26: ". Por esta razão," Você vê isso? "Eles mudaram a verdade de Deus pela mentira. . . . Por isso Deus os abandonou às paixões infames. "Então três vezes até agora Ele tem dito que a causa, o motivo de Deus entregar-nos à desonra de nosso próprio bem é porque nós negociamos Deus. E nós trocamos Sua verdade e Sua glória para outras coisas. Não preferimos Deus!

4) A relação entre as duas metades do verso 28: "Desde" - palavra muito importante - "E uma vez que eles não" - Eu não sei o que a sua versão diz. Aqui é a minha tradução literal de dokimadzo. Aqui é a maneira que eu traduzi-lo: "Uma vez que eles não aprovam" - que é a tradução usual de dokimadzo - "eles não aprovam Deus em seu conhecimento" - que é uma tradução literal. "De ter conhecimento de Deus" - que está tudo bem, mas eu acho que você sente o horror do que apenas se você diz: Eles não aprovam o conhecimento de Deus.

A imagem está de volta no verso 18: Eles conhecem a Deus e eles suprimem a verdade. Então, Deus se aproxima de várias maneiras, e consideramos que o suficiente para ser responsável. Nós sabemos e nós desaprovamos. "Eu não quero que Você aqui. Eu não quero você na minha cabeça. Eu não quero Você no meu coração. Eu desaprovo Você no meu conhecimento. " Este é o lugar onde o ateísmo vem. Este é o lugar onde o ceticismo vem.

Não é um problema de ignorância o principal problema de ninguém. O problema de todo mundo é um problema preferência. "Eu não quero Deus na minha cabeça. Eu não quero Deus no meu coração. Eu não quero que Deus seja extremamente valioso. Eu não vou ter um Deus em minha vida que é extremamente valioso." Esse é o significado da primeira metade do verso 28:". Uma vez que eles não reconhecem "- ou" não aprovam "- eu não quero isso. Eu não aprovo de ter Deus no meu conhecimento, - "[portanto] Deus os entregou a um sentimento perverso de fazer o que não deve ser feito."

Então, quatro vezes Ele simplesmente não poderia ser mais claro, repetitivamente mais claro, que a questão da raiz das nossas distorções horizontais, homossexuais e heterossexuais, estão enraizadas neste intercâmbio: "Eu não quero que Você, Deus, aqui." E se Ele não está aqui, tudo está dando errado no mundo.”


John Piper

Fonte: http://www.desiringgod.org/interviews/how-our-sex-life-manifests-our-soul-health

No Senhor