terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

O que precisamos por toda eternidade


“Exatamente porque não amamos o Senhor Deus somente por quem Ele é, estamos sujeitos a altos e baixos dependendo do que acontecer na vida. Nosso coração não fica totalmente satisfeito em Deus a não ser que outras coisas também estejam indo bem; assim, não temos raízes profundas, somos golpeados e arrastados pelos ventos de mudanças. Mas para nos tornarmos verdadeiramente ‘adoradores livres’ de Deus, alcançando a fonte de alegria, desconhecida pelo mercenário, pelo devoto religioso condicional, geralmente temos de sofrer um desnudamento. Precisamos entender que obedecer a Deus não nos trará benefício nenhum. É nesse momento que buscar, orar e obedecer a Deus começam a nos transformar.

Assim, a vida aprofundada com Deus que Jó acaba recebendo só é alcançada porque Deus não lhe contou o porquê de tanto sofrimento. Deus teria reforçado o impulso autojustificador de Jó caso lhe tivesse revelado os motivos. Em vez disso, o sofrimento leva Jó a amar e confiar em Deus simplesmente porque Ele é Deus. Jó se transforma numa pessoa de muita força e alegria, que não precisa de circunstâncias favoráveis para se manter firme espiritualmente. Isso transforma o sofrimento – ou, mais propriamente dito, os resultados do sofrimento – numa grande dádiva; e esse nível de confiança na graça de Deus muito provavelmente não seria alcançado de outra forma. Como  Francis Anderson diz, Jó nunca teve uma visão mais ampla da situação, ele viu somente o Senhor Deus. Mas, na verdade, isso é tudo de que precisamos, por toda a eternidade.”

Timothy Keller, em
Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento,
página 302

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