“Exatamente porque não amamos o Senhor Deus somente por quem
Ele é, estamos sujeitos a altos e baixos dependendo do que acontecer na vida.
Nosso coração não fica totalmente satisfeito em Deus a não ser que outras
coisas também estejam indo bem; assim, não temos raízes profundas, somos
golpeados e arrastados pelos ventos de mudanças. Mas para nos tornarmos
verdadeiramente ‘adoradores livres’ de Deus, alcançando a fonte de alegria,
desconhecida pelo mercenário, pelo devoto religioso condicional, geralmente
temos de sofrer um desnudamento. Precisamos entender que obedecer a Deus não
nos trará benefício nenhum. É nesse momento que buscar, orar e
obedecer a Deus começam a nos transformar.
Assim, a vida aprofundada com Deus que Jó acaba recebendo só
é alcançada porque Deus não lhe contou o porquê de tanto
sofrimento. Deus teria reforçado o impulso autojustificador de Jó caso lhe
tivesse revelado os motivos. Em vez disso, o sofrimento leva Jó a amar e
confiar em Deus simplesmente porque Ele é Deus. Jó se transforma numa pessoa de
muita força e alegria, que não precisa de circunstâncias favoráveis para se
manter firme espiritualmente. Isso transforma o sofrimento – ou, mais
propriamente dito, os resultados do sofrimento – numa grande dádiva; e esse nível
de confiança na graça de Deus muito provavelmente não seria alcançado de outra
forma. Como Francis Anderson diz, Jó nunca
teve uma visão mais ampla da situação, ele viu somente o Senhor Deus. Mas, na
verdade, isso é tudo de que precisamos, por toda a eternidade.”
Timothy Keller, em
Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento,
página 302
Nenhum comentário:
Postar um comentário