sábado, 15 de dezembro de 2018

A vida com Cristo vai melhor?


“‘Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.’ (I Co 15:19) A vida com Cristo vai melhor? Essa é uma pergunta extremamente crucial para a igreja de Cristo, em especial em terras prósperas e confortáveis como a América e a Europa Ocidental. Quantas vezes ouvimos testemunhos de cristãos que dizem que tornar-se cristão fez a vida ficar mais fácil? Recentemente ouvi um zagueiro de um time de futebol profissional dizer que, depois de orar para receber a Cristo, voltou a gostar do jogo e estava orgulhoso da boa campanha do time, porque podia sair todo domingo e dar o melhor de si.

Parece que a maioria dos cristãos no Ocidente próspero descreve os benefícios do cristianismo em termos que fazem dele uma vida boa, mesmo se não houvesse Deus nem ressurreição. Pense em todos os benefícios psicológicos e relacionais. Eles, é claro, são autênticos e bíblicos: o fruto do Espírito Santo é amor, alegria e paz... Portanto, se conseguimos amor, alegria e paz por crermos nessas coisas, essa vida não é boa, mesmo se ficar provado que ela está baseada em uma falsidade? Por que os outros deveriam ter pena de nós?

O que, então, estava errado com Paulo? A resposta parece ser que a vida cristã, para Paulo, não era a tão decantada vida boa de prosperidade e conforto. Em vez disso, era uma vida de sofrimento, escolhido livremente, que ultrapassava tudo que experimentamos normalmente. A fé que Paulo tinha em Deus, sua certeza da ressurreição e sua esperança da comunhão eterna com Cristo não produziram uma vida de conforto e tranquilidade, que teria sido realizadora mesmo sem ressurreição. Não, o que sua esperança produziu foi uma vida de sofrimento deliberado. Sim, ele conhecia a alegria indizível. Mas era um ‘regozijar na esperança’ (Rm 12:12). E essa esperança o liberou para abraçar sofrimentos que ele jamais teria escolhido sem a esperança da sua própria ressurreição e a daqueles por quem ele sofria. Se não há ressurreição, as escolhas sacrificiais de Paulo, por seu próprio testemunho, eram dignas de dó.

Sim, havia alegria e um senso de profundo significado em seu sofrimento. Mas a alegria existia somente por causa da esperança alegre que excedia o sofrimento. Isso é o que quer dizer Romanos 5:3,4: ‘Alegramo-nos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e esta aprovação cria ESPERANÇA.’ Portanto, existe alegria na aflição. Mas a alegria vem por causa da esperança que a própria aflição está ajudando a criar e aumentar. Por isso, se não existe esperança, Paulo é tolo em abraçar essa aflição, e ainda mais tolo ao alegrar-se nela. Porém existe esperança. E, por isso, Paulo escolheu um estilo de vida que seria tolo e digno de pena sem a esperança da alegria além do túmulo.”

John Piper, em
Em busca de Deus,
Trechos das páginas 216 e 217

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Afie suas afeições com o jejum

“O jejum caiu em tempos difíceis - pelo menos, ao que parece, entre os nossos ventos estocados na igreja americana. Eu falo como um dos bem alimentados.


Claro, você encontrará suas exceções aqui e ali. Alguns bolsos até premiam o contra-cultural o suficiente para orientar seus veículos para a escavação do ascetismo. Mas eles são muito superados em número pelo resto de nós virando para o ombro oposto. Os perigos do ascetismo são grandes - superados apenas por aqueles de excessiva indulgência.

Nosso problema pode ser como pensamos em jejum. Se o foco é sobre a abstinência, e o jejum é um mero dever a se realizar, então, apenas o mais ferrado entre nós superará os obstáculos sociais e de satisfazer a si mesmo para realmente colocar essa disciplina em prática.

Mas se somos despertados para ver o jejum pela alegria que pode trazer, como meio da graça de Deus para fortalecer e afiar as afeições de Deus, então poderemos nos encontrar com uma poderosa ferramenta nova para enriquecer nosso gozo em Jesus.



O que é jejum?

O jejum é uma medida excepcional, projetada para canalizar e expressar nosso desejo por Deus e nosso sagrado descontentamento em um mundo caído. É para aqueles que não estão satisfeitos com o status quo. Para aqueles que querem mais da graça de Deus. Para aqueles que se sentem realmente desesperados por Deus.

As Escrituras incluem muitas formas de jejum: pessoais e comunitárias, públicas e privadas, congregacionais e nacionais, regulares e ocasionais, parciais e absolutas. Normalmente, pensamos em jejum como "abstinência voluntária de um culto de comida para fins espirituais" (Don Whitney, Disciplinas Espirituais, 160).

Podemos jejuar de coisas boas além de alimentos e bebidas também. Martyn Lloyd-Jones diz: "O jejum deve realmente ser feito para incluir a abstinência de qualquer coisa que seja legítima por si só por causa de algum propósito espiritual especial". Mas o jejum cristão normal significa, de forma particular e ocasional, escolher ficar sem comida (embora não sem água) por algum período de tempo especial (seja um dia ou três ou sete) em vista de algum propósito espiritual específico.

De acordo com Whitney, os propósitos espirituais de jejum incluem:

    Oração fortalecida (Esdras 8:23; Joel 2:13; Atos 13: 3)
    Buscar a orientação de Deus (Juízes 20:26; Atos 14:23)
    Expressar tristeza (1 Samuel 31:13; 2 Samuel 1: 11-12)
    Buscar libertação ou proteção (2 Crônicas 20: 3-4; Esdras 8: 21-23)
    Expressar arrependimento e retorno a Deus (1 Samuel 7: 6; Jonas 3: 5-8)
    Humilhar-se diante de Deus (1 Reis 21: 27-29, Salmos 35:13)
    Expressar preocupação com a obra de Deus (Neemias 1: 3-4; Daniel 9: 3)
    Ministrar às necessidades dos outros (Isaías 58: 3-7)
    Superar a tentação e dedicar-se a Deus (Mateus 4: 1-11)
    Expressar amor e adoração a Deus (Lucas 2:37)

Embora os propósitos em potencial sejam muitos, é o último que pode ser mais útil para enfocar nossos pensamentos sobre o jejum. Abrange todos os outros e obtém a essência do que torna o jejum tão poderoso meio de graça.

Whitney capta-o assim: "O jejum pode ser uma expressão de encontrar o seu maior prazer e deleite na vida de Deus" (176). E ele cita uma frase útil de Matthew Henry, que diz que o jejum serve para "colocar uma vantagem sobre afeições devotas".


Embora o Novo Testamento não inclua um mandato que os cristãos jejuem em determinados dias ou com frequência específica, Jesus claramente assume que vamos jejuar. É uma ferramenta muito poderosa para deixar parada na prateleira colecionando poeira. Enquanto muitos textos bíblicos mencionam o jejum, os dois mais importantes são apenas os capítulos separados no Evangelho de Mateus.

O primeiro é Mateus 6: 16-18, que vem em sequência com os ensinamentos de Jesus sobre generosidade e oração. O jejum é tão básico para o cristianismo como dar aos outros e pedir a Deus. A chave aqui é que Jesus não diz "se você jejuar", mas "quando você jejuar".

Segundo, Mateus 9: 14-15, que Richard Foster diz pode ser "a declaração mais importante no Novo Testamento sobre se os cristãos devem ou não jejuar hoje" (Celebration of Discipline, 53). A resposta de Jesus é um simulado ressonante.

    Então os discípulos de João vieram a Ele dizendo: "Por que nós e os fariseus jejuam, mas os seus discípulos não jejuam?" E Jesus disse-lhes: "Os convidados do casamento podem estar de luto enquanto o noivo estiver com eles? Os dias virão quando o noivo for tirado deles, e então eles jejuarão." (Mateus 9: 14-15)

Quando Jesus, nosso noivo, estava aqui na terra entre seus discípulos, era um tempo para a disciplina do banquete. Mas agora que Ele é "tirado" de seus discípulos, "eles vão jejuar". O que é confirmado pelo padrão de jejum que emergiu direito Na igreja primitiva (Atos 9: 9; 13: 2; 14:23).

O que faz o jejum tal presente é a sua habilidade, com a ajuda do Espírito Santo, para focalizar nossos sentimentos e sua expressão em Deus em oração. O jejum caminha abraçado com a oração - como diz John Piper, ela é "a serva de oração com fome", que "revela e remete".

    Ela revela a medida do domínio da comida sobre nós - ou televisão ou computadores ou o que quer que nos submetamos repetidas vezes para esconder a fraqueza da nossa fome por Deus. E ela remedia intensificando a fervor da nossa oração e dizendo com todo o nosso corpo o que a oração diz com o coração: anseio estar satisfeito somente com Deus. (Quando eu não desejo Deus, 171)

Isso queima em seu intestino, que o rolamento de fogo em sua barriga, exigindo que você alimente mais comida, sinaliza o tempo para o jejum como um meio de graça. Somente quando abraçamos voluntariamente a dor do estômago vazio, vemos o quanto permitimos que nossa barriga seja nosso Deus (Filipenses 3:19).

E naquela dor de parto de crescente fome é o motor do jejum, gerando o lembrete para dobrar nossos anseios pela comida de Deus e inspirar desejos intensificados por Jesus. O jejum, diz Piper, é o ponto de exclamação físico no final da frase: "Muito, ó Deus, eu quero você!" (Fome por Deus, 25-26).

Mais poderia ser dito (como verificar com seu médico sobre quaisquer preocupações com a saúde), mas essa disciplina espiritual é bastante simples. A questão é: você se aproveitará deste poderoso meio da graça de Deus?

O jejum, como o evangelho, não é autossuficiente e aqueles que sentem que estão todos juntos. É para os pobres de espírito. É para aqueles que lamentam. Para os mansos. Para aqueles que têm fome e sede de justiça. Em outras palavras, o jejum é para os cristãos.

É uma medida desesperada, por momentos desesperados, entre aqueles que se conhecem desesperados por Deus.”

David Mathis, em


domingo, 25 de novembro de 2018

Como podemos glorificar a Deus em meio ao sofrimento?


“Como então podemos glorificar a Deus em meio ao sofrimento e como o sofrimento pode nos ajudar a glorificar a Deus?

Em 1966, Elisabeth Elliot, que foi missionária entre os waorani nas florestas do Equador, escreveu um romance intitulado “Nenhuma imagem de escultura”. O livro conta a história de uma jovem chamada Margaret Sparhawk, que dedicou a vida à tradução da Bíblia para tribos isoladas da civilização cuja linguagem era apenas oral. A moça foi traduzir a Bíblia para os povos quíchua que habitavam as montanhas do Equador. Margaret conheceu Pedro, um senhor de importância vital para seu trabalho porque conhecia o dialeto oral necessário à tradução da Bíblia na língua desse povo. Pedro começou a ensinar o dialeto a Margaret, e seu trabalho meticuloso de gravação e documentação sistemáticas avançou.

Certo dia, a caminho de se encontrar com Pedro, Margaret sentiu uma enorme gratidão envolver sua alma. Ela se lembrou do versículo: "Espera pelo SENHOR; anima-te e fortalece teu coração..." (Sl 27:14). Ela então orou a Deus: "Estou esperando, Senhor. Esperando e esperando... Tu sabes quanto esperei para ser missionária entre os nativos das montanhas... Parecia que Tu havias dito para eu me dedicar à tradução e aos cuidados médicos. Então enviaste o Pedro... Estar aqui já é uma resposta de oração." A jovem pensa em tudo o que foi necessário para ela estar ali naquele dia: o apoio de amigos, a ajuda financeira de tantas pessoas nos Estados Unidos, anos de estudo e desenvolvimento de amizades, e, claro, a provisão de uma pessoa que conhecia tanto o espanhol quanto o dialeto necessário ao seu trabalho. Agora, parecia que Deus estava juntando as peças. Margaret imaginou a possibilidade de levar a Bíblia a um milhão de pessoas nas regiões longínquas das montanhas.

Ao chegar à casa de Pedro, ela descobre que ele está com uma ferida dolorosa e infeccionada na perna. Como parte de seu trabalho era oferecer cuidados médicos básicos, Margaret trazia consigo uma seringa e algumas ampolas de penicilina. Pedro pede que ela lhe dê uma injeção, e Margaret concorda. Contudo, em segundos, Pedro tem um choque anafilático, uma reação alérgica à penicilina. Aos prantos, a família se reúne ao redor do homem, que entra em convulsão.

"Você não vê que ele está morrendo?", Rosa, a esposa, grita com Margaret. "Você matou meu marido".

Margaret está atônita com o que está acontecendo e ora: "Senhor Deus, Pai de todos nós, caso nunca tenha ouvido minhas orações, ouça agora... Salva o Pedro, Senhor, salva-o." Mas Pedro piora e começa a vomitar, dobrando-se em espasmos torturantes. Rosa coloca as duas mãos na cabeça e começa o lamento de morte das mulheres de sua comunidade. No entanto, Margaret continua orando em silêncio: "Ah, Senhor, o que será da Rosa? ... O que vai acontecer com a TUA obra? Tu começaste isso, Senhor! Não fui eu! Tu me guiaste até aqui. Respondeste minhas orações e trouxeste o Pedro para me ajudar; ele é o único... Senhor, não Te esqueças. Não há mais ninguém."

Mas Pedro morre, e isso significa o fim do trabalho de Margaret. Todos os anos de labuta desapareceram. "Não posso continuar a tradução da Bíblia sem a ajuda de um informante. Deus sabia disso quando Pedro morreu. Não envio mais cartas de oração [aos sustentadores], pois não tenho nada a dizer sobre meu trabalho. Parecia, naquela noite em que o Pedro morreu, que alguém escrevera FIM em tudo o que eu havia realizado."

Chegando no final do livro, encontramos uma jovem missionária profundamente confusa. Não aconteceu nenhuma mudança de última hora, nenhum raio de sol entre as nuvens escuras. Ao lado do túmulo de Pedro, Margaret pergunta: "E Deus? Onde Ele está nesta hora? 'Estarei contigo', Ele garantiu. Comigo NISSO? Ele deixou Pedro morrer ou - não negarei nem tampouco nego a possibilidade - talvez tenha me levado a matá-lo. E será que agora, me perguntei ao lado da sepultura, Ele quer que eu O glorifique?"

Elizabeth explicou que a imagem de escultura, o ídolo do título da obra, era um Deus que sempre agira conforme nosso querer. Ou, mais especificamente, era um Deus que apoiava nossos planos, segundo o que NÓS achávamos melhor para o mundo e a história. Mas esse é um Deus que nós criamos, um deus falso. Um deus assim nada mais é que uma projeção de nossa sabedoria, de nós mesmos. Nesse modo de agir, Deus é nosso "parceiro", alguém com quem nos relacionamos, desde que Ele faça o que queremos. Se Ele quiser agir de outra maneira, nosso desejo é "despedi-lo" ou "hostilizá-lo", como faríamos com um assistente pessoal ou com um conhecido insubordinado ou incompetente.

Contudo, no fim do livro, Margaret percebe que a falência de seus planos havia destruído seu falso deus e agora, pela primeira vez, ela estava livre para adorar o Único e Verdadeiro. Quando servia ao "deus dos meus planos", Margaret vivia extremamente ansiosa. Nunca tinha certeza se Deus iria socorrê-la e "ajeitar as coisas". Vivia tentando descobrir como forçá-lO a realizar o que ela havia planejado. A verdade, porém, é que nunca o havia tratado COMO Deus, como o todo sábio, todo bondoso e todo poderoso. Agora ela se sentia livre para depositar sua esperança não em seus planos e prioridades, mas em Deus, e somente nEle. Se ela conseguisse ESSA mudança, obteria o descanso e segurança que nunca teve. Resumindo, o sofrimento fez com que Margaret voltasse para o Deus glorioso e ensinou-a a tratá-lO como tal. E, ao agir assim, Margaret ficou livre do esforço desesperado, condenado ao fracasso, e exaustivo de controlar todas as circunstâncias de sua vida e da vida dos seus amados.

Tema recorrente em toda a obra de Elliot é que confiar em Deus quando não O entendemos significa tratá-lo como Deus, e não como outro ser humano. É tratá-lo como glorioso, infinitamente superior a nós em bondade e sabedoria. Mas, como Jesus diz, a glória de Deus nunca foi revelada de maneira mais esplendorosa do que na cruz (Jo 12:23,32). Ali vemos que Deus é tão infinita e integralmente justo que Cristo precisou morrer pelo pecado, mas também que Deus é tão absolutamente amoroso que Jesus se mostrou disposto e feliz em morrer. Isso é sabedoria consumada, o fato de que o amor e a justiça de Deus, aspectos aparentemente contraditórios, tenham sido cumpridos ao mesmo tempo. Portanto, confiar na sabedoria de Deus durante o sofrimento, mesmo quando ficamos sem entender nada, é lembrar da glória e do significado da cruz. Elliot raciocina dessa forma: "As mãos que impedem milhões de planetas de caírem no caos ficaram inertes, pregadas numa cruz - por nós [...]. Podemos confiar nEle?"

Timothy Keller, em
Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento,
Trechos das páginas 189, 190, 191 e 193

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Você acorda descontente?

“É possível estar contente em todas as coisas?

Como seria? Era como uma centena de frustrações e inconvenientes que o salário estava na minha mente todos os dias para desafiar o contentamento, e muitas vezes.

Tenho um pescoço rígido. Esse travesseiro tem que ir.
O que eu vou usar? Estou cansada de todas as minhas roupas!
A argamassa em nosso banheiro precisa ser reparada.
Todo mundo quer algo diferente para o café da manhã.
Meu marido quer usar uma camisa que eu não tive tempo de passar.
Por que tem que chover?

Minha mente está agitada com descontentamento, e nem sequer são 8:00 da manhã! Queremos todos os pequenos detalhes. Então, é claro, existem coisas fora do nosso controle, ensaios que mudam a vida, que perturbam nossas vidas: crianças rebeldes, doenças, deficiência, perda de um ente querido, perda de emprego, desastre natural, fome, terrorismo.

Grandes e pequenas coisas exercem o poder de destruir o contentamento.

A vida no mundo desafia o contentamento. Talvez não devamos nos surpreender. Parte do problema é que estamos olhando para o mundo para proporcionar conforto, estabilidade, segurança, provisão, amor e esperança.


Ninguém e nada no mundo realmente podem nos prometer que podemos ter um bom trabalho, um bom lar, muito para comer, bons amigos, uma familia amorosa, boa saúde, segurança ou muito mais de qualquer outra coisa. Você pode "jogar pelas regras" trabalhando duro, ser responsável e ser gentil com os outros, mas não há nenhuma promessa que pagará no final. O mundo é frágil e imprevisível. Uma doença, um ataque terrorista, uma guerra, um divórcio e um milhão de outras coisas podem acontecer a qualquer momento. Em um instante, nosso mundo está quebrado.


Pergunto-me o que as pessoas estão fazendo em Houston? Alguns até perderam seus entes queridos em poucos dias porque um furacão subitamente percorreu seu bairro. Quaisquer expectativas que a família tenha tido na semana anterior ao furacão desapareceram agora. Toda a satisfação repentina significa uma cama, uma refeição quente e roupas doadas.


Deus sabe que vivemos neste mundo impróprio e caído, então porque a Bíblia nos diz que nos contentamos? Como podemos nos contentar com condições tão incertas? A verdade é que a Bíblia nunca nos instrui a encontrar nosso contentamento no mundo. Na verdade, é exatamente o contrário.


Jesus diz que "No mundo você terá tribulação. Mas tenha bom ânimo; Eu venci o mundo" (João 16:33). Dificuldade e tribulação virão. Mas Jesus diz que ainda podemos ter paz. Como? Jesus venceu o mundo. Jesus venceu o mundo! Está pronto!

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Como estamos? Nosso coração está cheio de vontade de responder ao que? Mesmo, e às vezes especialmente, nas coisas difíceis, temos uma gloriosa oportunidade de refletir. Quando Jesus promete paz, Ele quer que nós a desfrutemos agora. Claro que será perfeito na era a vir, mas não pode ser abalado.

Não temos controle sobre nossas circunstâncias, mas temos controle sobre se achamos paz nelas.

O apóstolo Paulo entendeu isso bem, e ele poderia fazê-lo para sempre (2 Coríntios 11: 23-27). Ei, ele foi punido 39 chibatadas - várias vezes. Ele foi espancado com varas, apedrejado perto da morte e naufragou três vezes. Ele e seus amigos tiveram perigos na cidade, perigos no deserto e perigos no mar. Ele experimentou noites sem sono, fome, sede, frio, exposição e pior.

No entanto, em Filipenses 4: 11-13, Paulo pode dizer com certeza,

    Em todas e quaisquer circunstâncias, aprendi o segredo de estar contente na abundância e fome, fartura e necessidade. Posso fazer todas as coisas através dEle que me fortalece.

Por que Paulo pode dizer isso? 

Paulo não esperava que sua vida fosse fácil. Se você está procurando um lugar para ficar no mundo, então você deve encontrar um lugar onde você possa encontrar os melhores lugares para ficar , saúde, conforto, provisão e esperança que não podemos encontrar neste mundo.


Paulo entendeu que "essa leve e momentânea aflição está nos tornando um eterno peso de glória além de tudo. (2 Coríntios 4: 17-18). Por causa do transcendente, "Uma oportunidade para iluminar a luz de Jesus no nosso mundo sombrio e, no processo, para glorificar o nosso Deus".


Se desejamos o contentamento neste mundo, nós, como Paulo, precisamos meditar sobre a realidade de Jesus Cristo. A vida em Cristo não é algo. Se abraçamos Jesus e tudo o que Ele fez por nós, esta é a nossa realidade agora.



    "Paz eu deixo com você; minha paz, Eu dou a você. Não como o mundo me dá, Eu dou a você.” (João 14:27) 

Adrien Segal, em



https://www.desiringgod.org/articles/do-you-wake-up-discontent

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Crer ou não crer

“Não estamos sós, mas a crueza não se dissipa só porque cremos. Há fatos que não poderão ser alterados, sofrimentos que não poderão ser evitados. Mas Deus me sustenta. Minha fé não pode me colocar na ilusão de que Deus viverá por mim o que a mim cabe viver. Ele me fará perceber a Sua presença me sustentando, e só.

Essa desolação que nos ocorre quando abandonamos a infantilidade em relação à fé é muito saudável. É a partir dela que passamos a conhecer o verdadeiro papel de Deus em nossa vida. Como dizia Santo Agostinho, um Deus que me ama para que eu possa amar, que me encoraja para que eu tenha coragem. Um Deus que antecede em tudo na minha essência e que depois me dá condições de fazer o mesmo com os outros.

Quando a espiritualidade nos proporciona o conhecimento de nossas forças humana, estamos, de fato, sendo movidos pelo Sagrado. Somos o lugar onde Deus ressoa. Sua ação em nós consiste em nos fazer agir. Ele está antes de todo movimento humano, como um alicerce antecedendo e permitindo o equilíbrio das paredes. Ele é antes de nós, em nós, misteriosamente em nós. Sob Sua graça vivemos. É ela que sustenta, mas sem nunca dispensar o nosso empenho.

... Às vezes eu observo como a maneira como as pessoas rezam. Chego à conclusão de que não há transcendência naquela relação. Para muitos, a oração parece ser uma oportunidade de esclarecer a Deus o que Ele não é capaz de esclarecer sozinho. Rezamos como se estivéssemos dando ordens. Queremos determinar o agir de Deus, como se Ele não soubesse o que precisa ser feito. É uma inversão de ordem!

Nós somos sábios, conscientes de toda realidade, pedindo que Deus faça o que julgamos achar ser o melhor a ser feito. Não me adapto a essa religiosidade. Prefiro fazer da minha oração uma oportunidade de confiar a Deus as minhas necessidades. Há muito tempo preferi assumir essa postura. Sempre que eu me colocava diante de Deus como um pedinte, era natural que eu pedisse a Ele o que eu mais queria. Mas nem sempre o meu querer corresponde à minha necessidade.

O meu querer está à flor da pele, ao passo que minhas necessidades são mais profundas. Eu sei o que quero, mas nem sempre sei o que necessito, sinto-me mais honesto no reconhecimento de minha incapacidade de saber o que devo pedir. E então assumo o papel de filho que não sabe o que pedir. Mas Ele sabe o que necessito. Minha fé não me permite desrespeitar essa fronteira. Ele é Deus!

Quando insisto em dizer a Ele o que deve ser feito, alimento, ainda que inconscientemente, uma desproteção. Preciso dizer, comandar, fiscalizar, recordar, esclarecer. Deixa de ser fé, passa a ser projeção, pretensão de ser deus de Deus. Fazemos tudo isso de maneira muito cândida, com as vozes em meio-tom, simulando resignação, submissão, humildade. Mas na verdade nossas orações podem ser uma expressão de ‘neopaganismo’, uma vez que o ser humano assume o centro da relação, ficando Deus à margem.

Compreendo que essa forma equivocada de oração venha de nossa dificuldade em lidar com nossas limitações. Somos humanos, somos insuficientes. Mas não queremos ser. Diante dos limites há muitas formas de reagir. Uma religiosidade fecunda pode nos ajudar muito na lida com esses limites. A fé em Deus nos redime diariamente nos fornecendo instrumentos de superação. A fé nos reconcilia com os limites, ensinando-nos a confiança em Sua proteção. Uma proteção que se expressa no cuidado que aprendemos a ter. Sim, o limite me motiva ao cuidado.”

Padre Fábio de Melo, em

Crer ou não crer,

Páginas 23 a 26, trechos,


Pe. Fábio de Melo e Leandro Karnal, prefácio de Mario Sergio Cortella

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Sou parte de um legado

“Pare comigo por um instante e considere o seguinte: o corpo – o rosto, as formas, a cor – contém marcas que nos identificam como indivíduos. Essas marcas vêm do nosso DNA e nos tornam reconhecíveis para os outros; são a impressão de Deus em cada um de nós. Essas poucas características alcançam possibilidades infinitas quando rearranjadas em diferentes formas e tamanhos.

Ser capaz de aceitar o prodígio e o milagre da própria personalidade, ainda que imperfeita ou ‘acidental’, e confiá-la às mãos de quem a fez, é uma das grandes conquistas na vida. Seu ‘número de registro’ está em você. Seu DNA tem importância porque a essência de quem você é importa, e quem você é, conforme o que foi planejado importa. Cada pequena característica e ‘contingência’ da sua personalidade é importante. Considere o DNA a impressão soberana de Deus em você.”

Ravi Racharias

            Quem somos não é individual. Não nascemos do nada e de ninguém. Fomos criados por Deus e gerados por nossos pais. Nosso DNA importa. A história de nossos pais importa. O local onde nascemos importa. Nossa vida não é isolada. Fazemos parte de uma teia de histórias. Somos parte de nossa família, de nossa cidade, de nossa nação. Sendo assim, quem somos nós? Quem é você? Quem sou eu?

            Meu nome é Priscilla Rocha Chaves. Sou filha do Davi e da Mirian. Irmã do David Hudson e João Marcos. Neta do Pedro e da Marciana, do Levy e da Maria. Mais conhecida como Pri de Luz, pois nasci e vivi e maior parte de minha vida na cidade de Luz, Minas Gerais, Brasil. Sou brasileira, mineira, luzense, filha, irmã, pessoa... De onde vim? De que legado sou parte?

Vamos começar com a história da minha cidade, pra você entender o contexto em que cresci, vivo (enquanto escrevo essa reflexão) e como tudo começou: A história da cidade de Luz começa com dois fazendeiros: Camargos e Cocais que brigaram feio. As esposas desses dois homens resolvem construir um altar para “N. S. da Luz” (daí o nome da cidade ser Luz) para que eles parassem de brigar. Onde foi construído esse altar, depois foi construída a primeira igreja católica, que existe até hoje, chamada de Santuário.

            Luz se tornou sede de bispado da igreja católica. Aqui tem um palácio (literalmente) onde o bispo mora. Luz foi a primeira cidade do Brasil a ser emancipada, porque o bispo em pessoa conversou com o presidente da República, e pediu que fizesse daqui uma cidade, já que aqui era sede de bispado e não era ainda cidade. Grande parte das casas foram construídas pela Mitra (um tipo de conselho da igreja católica) há muito tempo atrás. Luz também é a primeira cidade do Brasil onde se teve Rodeio de peão (apesar de hoje, os rodeios de cidades como Uberaba, Barretos e outras, serem muito mais conhecidos e frequentados).

            Como o Evangelho chegou a Luz se aqui não deixavam entrar "protestantes" e muito menos viver gente “crente”? Um primo do meu pai, Alcides, ganhou uma Bíblia e lendo a Bíblia seus olhos se abriram e ele enxergou muitas coisas na Bíblia, em sua vida e na cidade que não condiziam com o que a Palavra de Deus ensina e uma briga foi comprada (assim como Martinho Lutero). Infelizmente ele morreu novo, mas a semente ficou. Uma de suas filhas (Adélia) casou-se com pastor e juntos pastoreiam uma igreja na zona rural da cidade de Brasília até hoje.

Meu avô Pedro, pai do meu pai, aprendeu a ler lendo a Bíblia e construiu uma das primeiras igrejas evangélicas da cidade de Luz, lá na fazenda. E quando o Alcides morreu, como não queriam deixar enterrar ele no cemitério da cidade, tiveram que usar da “influência” que tinham para que o bispo, que amaldiçoou um pedaço do cemitério para enterrar os crentes, deixasse que ele fosse enterrado.
Mas as igrejas evangélicas aqui sempre passaram por lutas e problemas. E em sua maioria nunca cresceram. Todas tem uma frequência bem pequena de membros. Eu cresci numa igreja com poucas pessoas e é assim até hoje. Nossa igreja atualmente tem uma frequência de 7 a 10 pessoas por culto.
Quando era mais nova, eu passava de casa em casa chamando as crianças para ir na escola bíblica, que eu organizava e contava histórias, fazia brincadeiras e dava um lanchinho. Os padres e professoras de catequese passavam na porta da igreja e anotavam o nome das crianças, iam de casa em casa e diziam para os pais que se os filhos continuassem indo lá, eles seriam excomungados. Na outra semana, nenhum pai deixava mais eu levar o filho deles. Hoje, muitas dessas crianças são prostitutas, traficantes, ou estão no homossexualismo, lesbianismo, mas a tradição católica é tão forte que, na maioria das vezes, a família prefere seus filhos em qualquer lugar, longe dos crentes! Muita gente (são inúmeras histórias) já foi na igreja, aos prantos, com overdose, separando no casamento, e precisando de ajuda, mas não voltou por causa da pressão da família (eles nos contam, até com receio de serem ouvidos e pagarem por isso, como se tivessem fazendo algo errado em conversar conosco)...

Minha mãe, Mirian, nascida em Santa Bárbara do Oeste/SP (meu pai é quem é natural de Luz), fez seminário e com 19 anos foi chamada pra trabalhar em Luz como missionária da Igreja Presbiteriana. Aqui ela conheceu meu pai, se casou e por aqui ficou. Dediquei o primeiro livro desta série, o Graça por graça, à minha mãe. Por quê? Por sua perseverança em uma obra aparentemente sem resultados (você pastorearia uma igreja por mais de 30 anos, com uma frequência tão pequena e em um ambiente cultural não tão recíproco ao Evangelho?). Por seu amor a Deus, acima de todas as coisas. Pela mulher de Deus e de fé que ela é.

Se hoje sou filha de Deus, reconheço, devo grande parte disso ao fato de ser filha de minha mãe, devo parte à história do Evangelho em Luz que chegou por meio da obra de Deus na vida e na família do meu pai. Aliás, se você quer conhecer mais sobre como a Bíblia, sozinha, sem missionários, trouxe a “primeira conversão” em Luz, há um livro chamado “Sozinha”, escrito por Miguel Rizzo Jr. (publicação autônoma), que conta a história de um modo bem detalhado.


Essa sou eu, a Pri de Luz, parte de um legado cristão, do qual tenho a alegria, privilégio e responsabilidade de ser parte e levar adiante. E você, quem é? Qual é a sua história?

domingo, 14 de outubro de 2018

CAMINHANDO COM DEUS EM MEIO À DOR E AO SOFRIMENTO | RE:VIEW





Pessoal, estou lendo este livro por indicação deste vídeo.
O livro é tão
bom e tão profundo que estou lendo o mais devagar possível para
absorver ao máximo cada trechinho.
Estou passando para recomendar a
leitura dele.
Se você ainda não leu e/ou nunca ouviu falar do livro
CAMINHANDO COM DEUS EM MEIO À DOR E AO SOFRIMENTO, por Timothy Keller,
dê uma espiadinha nesta resenha

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Os três ladrões

“Era uma vez, há muito tempo, numa terra tão distante que um par de pés não podia alcançar numa única vida, um dervixe*. Ele costumava perambular de uma cidade a outra buscando doações e oferecendo sabedoria quando isso lhe fosse solicitado.

Certa manhã de inverno, enquanto caminhava por um território descampado entre dois reinos, viu uma laranjeira carregada de pontos maduros. Há semanas não via uma fruta, pois o inverno trouxera uma neve espessa e congelara todos os lagos. Então, foi até à árvore e começou a colher as melhores laranjas. Enquanto colhia as frutas, percebeu uma luz intensa vinda de uma colina próxima. Curioso para saber o que estava causando aquela luz estranha, deixou as laranjas e se aproximou cuidadosamente.

Protegendo os olhos com as mãos, percebeu que a luz irradiava de uma fissura na montanha. Chegou mais perto, pé ante pé, e espiou pela rachadura. A luz o ofuscou. Acreditando que era o covil do Anjo da Morte, virou-se e correu para longe o mais rápido que pode.

O dervixe correu e correu até ver três homens de pé sob uma árvore. Eram ladrões e o teriam matado, mas ficaram curiosos para saber do que ele estava fugindo. Antes que pudessem interrogá-lo, o dervixe gritou: ‘O Anjo da Morte está na montanha, e seu rosto brilha como ouro!’. Os ladrões, que tinham ouvido falar de um fabuloso tesouro perdido e o procuravam, corretamente deduziram que o dervixe topara com a caverna do tesouro. Pediram que lhes mostrasse a localização da caverna, para que pudessem ficar longe dela. O dervixe concordou e os levou até à entrada da caverna.

Agradecendo a Deus os ter conduzido até à fortuna, os ladrões mandaram o dervixe embora e deslizaram pela fresta para colocar as mãos no tesouro. A caverna estava cheia de sacos de moedas de ouro, esmeraldas e rubis e chegava a ultrapassar a cobiça dos homens.

Percebendo que o tesouro era grande demais para que pudesse ser levado nas costas, os ladrões enviaram o mais jovem até à cidade para encontrar um cavalo e trazer alguma comida. Quando chegou à cidade, o ladrão mais jovem roubou um cavalo e comprou dois kebabs, que envenenou. Galopou de volta até a caverna, onde seus irmãos ladrões estavam esperando para matá-lo, com o propósito de dividir o tesouro entre eles dois.

Assim que o ladrão mais jovem voltou, sua garganta foi cortada pelos outros. Procurando na sua bolsa, encontraram os kebabs, comeram-nos e caíram mortos. Amarrado do lado de fora, o cavalo conseguiu se soltar e fugiu.

Quanto ao tesouro, ainda está na caverna, protegido por três esqueletos e pelo Anjo da Morte.”


Tahir Shah, em

Nas noites árabes,
Uma caravana de histórias,

Páginas 128/129


*dervixe - religioso muçulmano que segue uma vida de pobreza e austeridade

sábado, 22 de setembro de 2018

Sem vergonha de ser quem sou

Você já parou pra pensar no avanço tecnológico? Você já pensou no quanto nossas vidas estão expostas, até quando não percebemos, e no que as pessoas podem saber sobre nós por meio do mundo digital e pela internet? O que será que os hackers e outras pessoas com más intenções podem fazer obtendo dados bancários, lendo nossas conversas privadas na internet? Pensar nisso, me faz lembrar de um fato:

Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.”
Hebreus 4:13

             Isso me ajuda a viver com a consciência de que "de fato não importa" se por meios tecnológicos, se por meio da internet ou qualquer outro meio, minha vida fica exposta (é claro que tem suas desvantagens, eu não iria querer que as pessoas pegassem por exemplo, meu número de CPF num site de compras e saíssem comprando em meu nome; Graças a Deus isso nunca aconteceu comigo, porém já aconteceu com muita gente!)...

        Se vivemos em todo o tempo conscientes de que nossa vida está descoberta e exposta, e que haveremos de prestar contas, consequentemente acabamos vivendo diferente

diante de Deus e

diante dos homens!

             Já pensou se nós, o tempo todo, déssemos ouvidos ao Espírito Santo que em nós habita e em vez de entristecermos Ele? E se nos submetêssemos aos conselhos sábios e vivêssemos de modo que agrada-Lhe e glorifica ao Pai?

            Uma vida que honra a Deus jamais será uma vida da qual se envergonha ou tem que esconder algo!

             É claro que pecaminosas, sujas e horríveis como muitas vezes são nossas ações, pensamentos, palavras e afins, tudo o que queremos é privacidade. Não, não queremos mesmo nossa vida exposta e descoberta diante das pessoas! Somos como nossos antepassados Adão e Eva, que pegaram um monte de folhas de figo e se cobriram pra que ninguém visse sua nudez. Não queremos ser conhecidos, porque temos vergonha do que somos, do que fazemos!

“A vida em torno do falso eu gera o desejo compulsivo de apresentar ao público uma imagem perfeita, de modo que todos nos admirem e ninguém nos conheça.”

Brennan Manning

Nesse instante, gostaria de incentivá-lo a parar e repensar sua história, e o modo como você tem vivido. Se sua vida for exposta (ela já não está?) diante dAquele a quem todos prestaremos contas um dia (estamos conscientes disso?) e diante das pessoas (se por acaso, suas conversas inbox, mesmo aquelas que você excluiu, vazarem; se por acaso, seu histórico de navegação for exposto pras pessoas), você se alegrará ou se envergonhará?

Se você se deu conta de que sua vida está repleta de más escolhas e de condutas que desonram a Deus e denigrem a imagem e semelhança de Deus na sua vida, quero lhe dizer que eu sinto muito pelas vezes em que você errou, e pelas feridas, cicatrizes, pela dor, pela morte que você recebeu como consequência na sua vida.

"Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor."
Romanos 6:23

            Não deve ser nem um pouco fácil ou agradável ter que lidar com isso. Eu também já tive minha cota de remorsos e arrependimentos! Como gostaria de nunca ter pecado e sofrido com meu pecado! É claro que não podemos voltar atrás e recomeçar. Mas, que GRAÇA nos concede nosso bom Deus ao nos oferecer perdão total, purificação de nossos pecados, amor derramado em nossos corações, Seu Santo Espírito e um novo começo nEle!

Antes de me despedir nessa reflexão, gostaria de orar com você e deixar-lhe um poema para aquecer seu coração:

Papai, eu não conheço a dor que arde dentro do leitor, mas Tu conheces. Sabes quem ele é, de fato, até mesmo o que ele ainda não conhece sobre si mesmo, pois o Senhor o criou, o conhece, o entende.

Abba, eu clamo a Ti nesse instante pela vida dessa pessoa que está lendo essa oração. Olha pro coraçãozinho machucado, doente, estraçalhado, amargurado e endurecido. Por favor, derrame Teu bálsamo de cura, de modo que vá penetrando no mais profundo do seu dele e tocando com vida onde há morte e podridão...

Que as feridas que ninguém vê (além de Ti, porque o Senhor tudo vê) sejam tocadas pelas Tuas mãos que saram, que saram de verdade!

Papai, eu não posso ajudar o meu (minha) irmão(a), mas o Senhor pode, o Senhor tem todo o poder, o Senhor dá conta de tudo, és o Deus do impossível! Por favor, nesse exato momento, oro e Te peço, alcança-o com o Teu amor transbordante, arrebatador, remédio pras nossas vidas e envolve-o (a).

Ajude o leitor a receber Teu amor, a receber Teu remédio, a ter um coração cada dia mais quebrantado e humilde a qual não rejeitas, mas Te aproximas, porque amas um coração assim...

Abba, Te amo! Obrigada por essa pessoa que está me lendo. Obrigada pela oportunidade de me abrir com ela. Obrigada pela obra que o Senhor começou na minha vida e na vida do leitor, e obrigada porque O Senhor há de completar esta obra até o dia de Cristo Jesus!

Obrigada porque não somos superficiais. Obrigada porque não ficamos tentando nos esconder um do outro, mas nos expormos, porque em nós há o Teu Espírito e onde o Teu Espírito está há liberdade:

liberdade pra falar,
liberdade pra amar,
liberdade pra perdoar,
liberdade pra aceitar,
liberdade pra ajudar,
liberdade pra encorajar,
liberdade pra fortalecer...

Obrigada pela liberdade, pela amizade e pelo amor que provas ter conosco por meio dos relacionamentos com os quais nos presenteias e que nos fazem crescer.

Oculta, purificada, e regenerada em Jesus, eu oro. Amém


Quando olho para a Cruz


Sofrendo com intensidade,
Angustiada em extremo,
Totalmente aflita em minh’alma,
Achego-me à Cruz.

Quando olho para Tua dor,
Quando vejo o Teu padecimento,
Quando percebo e reconheço,
Caio em mim e me levanto

Perdoada, profundamente alcançada;
Amada, inexplicavelmente desejada;
Quando olho para a Cruz,
Caio e me levanto, em Jesus:

Com poder para perdoar,
Com poder para amar,
Com poder para aceitar,
Como na Cruz eu fui.

Pri de Luz

sábado, 15 de setembro de 2018

O fruto feroz do autocontrole

“ “Como aos hebreus foram prometidos a terra, mas tiveram de tomá-la pela força, uma cidade de cada vez, por isso nos é prometido o dom de autocontrole, mas também temos de tomá-lo pela força.” (Ed Welch, "A Batalha Contra 'Um Mais")


O próprio conceito de "autocontrole" implica numa batalha entre um eu dividido. Isso implica que nosso "eu" produz desejos que não devemos satisfazer, mas sim "controlar". Devemos negar a nós mesmos e tomar nossa cruz diariamente, diz Jesus, e segui-lO (Lucas 9:23). Diariamente nosso "eu" produz desejos que devem ser "negados" ou "controlados".

O caminho que leva ao céu é estreito e cheio de tentações suicidas para abandonar o caminho. Portanto, Jesus diz: "Esforçai-vos para entrar pela porta estreita" (Lucas 13:24). A palavra grega para "esforçar" é agonizesthe, em que você corretamente lê a palavra inglesa "agonize".

Temos uma amostra do que está envolvido a partir de Mateus 5:29: "Se o seu olho direito faz com que você peque, retire-o e jogue-o fora." Esta é a ferocidade do autocontrole. Isto é o que está por trás das palavras de Jesus em Mateus 11:12: "O reino dos céus sofreu violência, e os violentos o tomam pela força." Você está segurando o reino com ferocidade?

Paulo diz que os cristãos exercem autocontrole como os atletas gregos, só que nosso objetivo é eterno, não temporal. "Todo atleta [agonizomenos] exerce o autocontrole em todas as coisas. Eles o fazem para receber uma coroa perecível, mas nós, uma imperecível "(1 Coríntios 9:25). Então ele diz: "Eu disciplino meu corpo e o mantenho sob controle" (1 Coríntios 9:27). O autocontrole está dizendo não aos desejos pecaminosos, mesmo quando dói.

Mas a maneira cristã de autocontrole não é "Basta dizer não!" O problema é com a palavra "basta". Você não apenas diz não. Você diz não de uma certa maneira: Você diz não pela fé no poder superior e prazer de Cristo. É tão implacável. E pode ser tão doloroso. Mas a diferença entre o autocontrole mundano e o autocontrole piedoso é crucial. Quem obterá a glória da vitória? Esse é o problema. Conseguiremos a glória? Ou será que Cristo obterá a glória? Se exercitarmos autocontrole pela fé no poder e no prazer superiores de Cristo, Cristo obterá a glória.


Fundamental para a visão cristã do autocontrole é que é um dom. É o fruto do Espírito Santo: "O fruto do Espírito é amor, alegria, paz. . . autocontrole "(Gálatas 5: 22-23). Como "nos esforçamos" contra nossos desejos fatais? Paulo responde: "Para isto eu labuto, lutando [agonizomenos] com toda a sua energia que ele poderosamente trabalha dentro de mim" (Colossenses 1:29). Ele "agoniza" pelo poder de Cristo, não o seu próprio. De modo semelhante, ele nos diz: "Se pelo Espírito matardes as obras do corpo, viverás" (Romanos 8:13). "Não por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos" (Zacarias 4: 6). Devemos ser ferozes! Sim. Mas não pelo nosso poder. "O cavalo está pronto para o dia da batalha, mas a vitória pertence ao Senhor" (Provérbios 21:31).


E como o Espírito produz esse fruto de autocontrole em nós? Ao nos instruir na superioridade preciosa da graça, e nos permitir ver e saborear (isto é, "confiar") tudo o que Deus é para nós em Jesus. "A graça de Deus apareceu... Nós renunciamos... Paixões mundanas... Na época presente" (Tito 2: 11-12). Quando realmente vemos e acreditamos no que Deus é para nós pela graça através de Jesus Cristo, o poder dos desejos errados é quebrado. Portanto, a luta pelo autocontrole é uma luta de fé. "Combata o bom combate da fé. Agarre-se na vida eterna à qual você foi chamado"(I Timóteo 6:12).


John Piper, em


http://www.desiringgod.org/articles/the-fierce-fruit-of-self-control

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Meus questionamentos...

“Lembrei-me que nas Escrituras Hebraicas, às vezes você faz uma pergunta não porque você espera uma resposta literal, mas porque interrogar é uma outra maneira de expressar seus sentimentos. O rei Davi perguntava a Deus por que, mas ele nunca teve a intenção de pressionar a Deus com suas perguntas. Ele não estava pedindo ao Senhor que se explicasse. Ele estava apenas derramando seu coração diante de Deus. Ele estava dizendo ao seu Senhor que ele se sentia abandonado.

Tornei-me ciente do modo como eu me aproximava do Senhor. Eu tinha dirigido meus porquês a Ele durante anos, esperando uma explicação que me satisfizesse. Eu tinha colocado o Senhor em julgamento pelo que eu entendia ser a Sua insuficiência – Sua falha – e me recusando a lhe entregar meu coração, a menos que Ele me respondesse. A menos que Ele me desse uma explicação satisfatória sobre os Seus caminhos. Como era diferente o meu coração do de Davi.

Ocorreu-me que o Senhor deve ter se agradado do brilhantismo simples de Davi. Era o choro de uma criança que não compreendia o Pai, mas ainda assim se agarrava a Ele. O meu por quê, por outro lado, era uma acusação. Era um dedo apontado para Deus. Não mostrava nenhuma confiança nEle.

Nesses momentos de exame interior, com outras pessoas e um cão doente no mesmo quarto em que eu estava, senti-me completamente sozinha diante de Deus. E eu vi o estado da minha alma pela primeira vez. Eu vi o quão arrogante eu tinha sido ao julgá-lO. Ao rejeitá-lO.”

Tessa Afshar, em


Colheita de rubis, página 192,193

sábado, 1 de setembro de 2018

A casa com janelas de ouro

“Lembra-se da velha história da casa com janelas de ouro?

Ela fala de um garotinho que via, todas as manhãs, uma casa com janelas de ouro à distância, para além dos vastos prados que rodeavam sua casa.

Ele olhava a casa e se encantava com os raios brilhantes que irradiavam de tão longe.

Um dia, perguntou ao pai se poderiam visitar a casa de janelas de ouro.

O pai concordou, e partiram.

Eles andaram e andaram até se aproximarem da casa.

O garoto parou, perplexo! Não via nenhuma janela de ouro.

Porém, uma menininha os viu olhando a casa, e saiu para perguntar se procuravam alguma coisa.

“Sim”, replicou o menino, “queria ver a casa com janelas de ouro que admiro todas as manhãs”.

“Oh, você veio ao lugar errado”, ela respondeu rapidamente. “Se esperar aqui um pouco até o pôr do sol, eu lhe mostrarei a casa com janelas de ouro que vejo todas as tardes”.

E apontou para uma casa à distância – a casa do menininho.”

Recontado por Ravi Racharias,


Em O grande tecelão, página 36

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Cante a Verdade, Encante pela Eternidade

Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.” Mateus 26.30

O Mestre sabia que era chegada a hora e Ele sabia o que viria: beberia do cálice.

Dores e feridas o marcariam, seria abandonado e traído.

Mas, para a surpresa de todos, não se ouviu um som de lamentos, nem de choros, nem de desespero diante do que viria.

Afinado e distante, ouve-se o som de uma música.

O Filho do Homem, diante da morte, pôs-se a cantar.

A voz que ordenou: “Haja a Luz!”, que deu vida às flores, que coloriu os campos, que deu forma aos homens, que se ouviu na sarça, que retumbou na nuvem de glória, que sussurrou na brisa, que aquietou e acalmou os ventos, que chama as estrelas pelo nome… Esta voz, naquela noite, cantava.

Ele sabia o que viria e, mesmo assim, se pôs a cantar.

Não cantou para espantar o mal, nem para distrair, tampouco para passar o tempo.

Cantou para celebrar.

Era o dia, era chegada a hora, Ele esperava por esse momento.

Não mais separação, não mais véu… Agora era Face a face.

Não mais medo, não mais insegurança… Agora era com confiança ao Trono da Graça.

Não mais morte, não mais fim… Agora era a Eternidade.

Anos mais tarde, nas arenas, podia-se ouvir o som de uma música.

E Jesus, ressurreto, no Céu, recebia louvores.

Eram suas testemunhas que, dessa vez, cantavam.

Cristãos de todo o Império Romano eram julgados e condenados.

Nem choro, nem desespero.

Eusébio narrou: “Então podíamos contemplar o ímpeto admirável e a força e fervor realmente divinos dos que creram e seguem crendo no Cristo de Deus […] ante o juiz, outros que se confessavam cristãos, sem preocupar-se em absoluto com os terríveis e multiformes gêneros de tortura, mas sim proclamando impassíveis, com toda liberdade, a religião do Deus do universo e recebendo a suprema sentença de morte com alegria, regozijo e bom humor, ao ponto de cantar salmos, hinos e ações de graças ao Deus do universo até exalar o último alento. Admiráveis foram também estes […] que, brilhando […] desconsideravam à verdadeira religião e à fé em nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo.”

Para eles, não mais morte, não mais fim… Agora era a Eternidade.”


Gilvando Junior


quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Quer dizer que você não doa nada?

“Anos atrás, conversei com um sujeito que se gabava de sua riqueza e detalhava todas as maneiras pelas quais Deus o abençoara. O sujeito construíra um negócio bem-sucedido do qual se orgulhava bastante. Ele descreveu como seus lucros haviam crescido nos últimos cinco anos e se vangloriava do valor da sua companhia. Falou sobre sua segunda casa no resort de esqui em Aspen, Colorado, e sobre o avião particular que utilizava nas viagens de negócios e para transportar a família para lá e para cá em suas frequentes férias exóticas.

Por fim, senti-me compelido a desafiá-lo um pouquinho. “Você disse que Deus o abençoou. Sente alguma responsabilidade no sentido de usar o que Deus tem dado a você para fazer a diferença?” Eu tinha quase certeza de que o veria amenizar a fala, talvez até retroceder e me contar de alguém a quem ajudara, de algum ministério ou instituição filantrópica a que apoiava financeiramente. Talvez ele não quisesse se gabar do que doava, nem revelar como Deus o conduzira a investir no Reino.

Mas o sujeito seguiu em frente como rolo compressor e, com toda a calma, explicou por que não se sentia compelido a doar nada.

Perplexo, pedi que fosse mais claro. “Quer dizer que você não doa nada? Nada mesmo?

Foi quando ele falou algo de que nunca me esquecerei. Sem reservas, retrucou: “Não doo nada porque amo o dinheiro. Amo ganhá-lo. Amo gastá-lo. Amo o que ele compra. Amo como ele me faz sentir. Ganho o meu próprio dinheiro; então eu o uso para mim mesmo. E ponto final”.

Imagino que o meu queixo tenha batido no chão porque ele ainda acrescentou: “E não venha me dizer que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Já ouvi essa antes. Pode ser verdade para algumas pessoas, mas Deus e eu nos damos muito bem. Ele me abençoa, e sua bênção é MINHA para gastar como EU bem entendo. É assim que sou e não vou mudar.”

Por mais chocado que me sentisse, gostei de sua sinceridade e objetividade. Temo que sua atitude para com o dinheiro seja semelhante ao que muita gente sente em relação à tecnologia. Talvez haja uma disfunção séria no modo de nos relacionarmos com os nossos celulares, seguidores ou curtidas, mas não nos importamos. Sabemos que alguma coisa deveria mudar, mas nos livramos dessa ideia com um dar de ombros. Pode acontecer de pensarmos: Estou ótimo assim. Gosto das coisas desse jeito. É assim que sou. Mesmo que esteja errado, mesmo que Deus tenha algo melhor para mim, não me importo.”

Craig Groeschel,
em
Na luta /
Seguindo Jesus em um mundo voltado para si mesmo pelas lentes de uma selfie,
Editora Vida,

Páginas 200 e 201 (trechos)

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

O mundo está contra você/ Lutando para manter nosso primeiro amor

“Mais cedo ou mais tarde, a verdade dura se estabelece em que este mundo aí fora quer  matá-lo. Os rios castanhos incham em Houston e Bangladesh para lavar tudo o que você possui, até mesmo lavá-lo se você não acompanhar seu passo. Mesmo em um dia de praia calma e intocada, as sub-correntes do oceano estão tentando silenciosamente agarrá-lo e levá-lo para o mar, debaixo da superfície da água antes mesmo de você saber o que aconteceu.

Esqueça tubarões. O puxão suave da água submersa é o nosso verdadeiro inimigo oceânico. Olhe por um momento e as tentativas de assassinato da água - uma razão pela qual ninguém se opõe a atribuir aos guardiões vestidos de vermelho o título exaltado de "Guardas de vida" na piscina do bairro.

Mas seco e parado em terreno sólido, ficamos um pouco melhores porque o ar carrega silenciosamente partículas invisíveis para escorregar nos nossos pulmões e cultivar um pequeno remendo de câncer que pode nos matar por dentro. Ou os raios ardentes do sol podem fazer o mesmo de fora.

E, claro, existem formas de perigo muito menos sutis. Aproximadamente cem vezes por segundo, atiradores de relâmpagos com um desejo inabalável de peregrinar árvores poderosas e altos campanários e que ocasionalmente apontam para criaturas arrogantes que se atrevem a caminhar sobre duas pernas. Sob nós, a qualquer momento do dia ou da noite, o chão pode rugir e se separar e podemos cair em uma fenda de terremoto na terra. As casas inteiras podem ser sugadas para dentro de um sumidouro sem aviso prévio, ou o gigantesco redemoinho branco de um furacão ou o trem de frete de um tornado pode nos perseguir em uma fuga de alta velocidade.

O mundo toma um tornozelo e nós o retiramos e escapamos. Para agora. O mundo - tão cheio de maravilhas, e cheio de maravilhas incríveis - nos rodeia de todos os lados com perigos mortais.

Do mesmo modo, "esta era do mal" está perpetuamente tentando matar nossos amores - não através de força franca, mas através da coerção pela sedução. O mundo tenta-nos diariamente para deixar amores maiores por luxúrias menores.

"No momento em que nos preocupamos com algo profundo, o mundo - ou seja, todos os outros interesses diversos - tornam-se nosso inimigo", escreveu G. K. Chesterton. "No momento em que você ama tudo, o mundo se torna seu inimigo" (Obras 1: 59-60).

Amar algo genuinamente é enfrentar imediatamente todos os segundos amores que estão tentando matar seu primeiro amor. É a piscadela da adúltera para o homem casado. É o convite de um grupo para abandonar uma verdadeira amizade. É ignorar os presentes familiares ao seu redor, em busca da próxima coisa a cobrar no seu cartão de crédito. O mundano mata porque troca amores. O mundo se torna seu inimigo.

É por isso que o amor verdadeiro deve lutar. "Em cada romance deve haver os elementos gêmeos de amor e luta", escreve Chesterton. "Em cada romance deve haver os três personagens: deve haver a princesa, que é algo a ser amado; deve haver o Dragão, que é uma coisa a ser travada; e deve haver St. George, que é uma coisa que tanto ama como luta." O mesmo é verdade para todos os nossos amores. De fato, "amar uma coisa sem querer lutar por ela não é amor; é luxúria" (Obras 15: 255).

Um homem que parou de lutar por seu casamento não lutará contra a atração do flerte adúltero, porque ele é conduzido pela passividade da luxúria, não pela fervor do amor. O que significa que o amor verdadeiro deve ser combatido.

Teologicamente falando, é por isso que amar o mundo é perder o amor de Deus. É um comércio horrível, mas fazemos isso o tempo todo.

    Não ame o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo - os desejos da carne e os desejos dos olhos e o orgulho da vida - não é do Pai, mas é do mundo. E o mundo está passando junto com seus desejos, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre. (1 João 2: 15-17)

O amor mal direcionado é a causa do mundo. O mundanismo suga a seiva do nosso maior amor até se tornar um ramo seco.

Então podemos amar e entesourar o dia em que Cristo retornará. Ou podemos amar o mundo. Mas não podemos seguir tentando amar o mundo e amar o dia do retorno de Cristo (2 Timóteo 4: 8-10). Do mesmo modo, não podemos amar a escuridão e amar a luz (João 3: 16-21). O amor pela luz morrerá quando o coração se apaixonar pela escuridão. E é assim que o mundo prova ser nosso amor-assassino.


Quando falamos de mundanismo, principalmente não estamos falando sobre os substitutos de adultério e materialismo e dinheiro. Nós não estamos apenas advertindo contra programas de televisão e mídia em geral. Todas essas coisas são questões secundárias. Curar o verdadeiro coração do mundanismo não é o que está ou não proibido; reparar o verdadeiro coração da mundanidade deve sempre começar com a busca de um amor fundamental que vale a pena lutar - um amor tão precioso que o protegeremos com o ciúme sagrado adequado que merece.

O problema do mundanismo só emerge com qualquer clareza real em nossas vidas, uma vez que descobrimos nosso "primeiro amor", um amor fundamental, um amor central para o nosso Salvador Jesus Cristo (Apocalipse 2: 4).

Se falar de mundanismo cai em tempos difíceis e não faz grande parte de nossos pensamentos e conversas, não é um sinal de que os perigos desapareceram. É um sinal de que ficamos descuidados com a exclusividade de prazer em Cristo no centro da vida cristã. E uma vez que o amor ciumento se foi, o perigo do mundano cresce mais mortal e mais invisível ao mesmo tempo.”


Tony Reinke, em



http://www.desiringgod.org/articles/the-world-is-against-you

sábado, 28 de julho de 2018

O direito te arruinará de resto

“Muitos dos meus amigos foram convidados recentemente em uma viagem internacional totalmente paga. Ótimo para eles - mas fui deixado de fora.

É claro que a minha primeira reação não foi se alegrar com a boa fortuna ou o prazer de terem uma experiência incrível. Inicialmente, meu coração ficou com ciúmes e feridas sob um senso de direito.

Estou nos meados dos vinte anos, e minha geração é notória por nossas atitudes de direito. Pensamos que merecemos mais do que de fato merecemos, e quando não entendemos, nossa sirene de direito começa a explodir. E quando o faz, muitas vezes agimos irracionalmente - de uma maneira que parece tola, olhando de fora.

Então, como podemos reconhecer nosso próprio senso de direito e tomar medidas para entregá-lo a Deus? Primeiro, precisamos entender o que realmente é o direito.

O direito é a crença de que nós inerentemente merecemos privilégios ou tratamentos especiais, ou que temos direito a algo. O direito não demonstra parcialidade; alcançará os maiores presentes da vida e reivindicará seus mais pequenos prazeres. Quando se trata de grandes partes da vida, podemos nos encontrar pensando nessas linhas:

    "Eu mereço ter filhos, então por que estou lutando com a infertilidade? Afinal, as crianças não são uma bênção de Deus?"
    "Estou cansado de ser solteira. Eu permaneci puro e busquei Cristo, então por que Ele não trouxe um esposo para minha vida?"
    "Eu sou um trabalhador tão dedicado. Não entendo por que ainda não consegui encontrar um emprego bem remunerado!"

Mas o direito também pode afetar problemas menores:

    "Sou uma boa dona de casa e trabalho duro para manter a casa limpa e arrumada. Eu mereço ter uma casa mais agradável e maior."
    "Eu trabalho tão duro para prover para minha família. Eu mereço assistir televisão quando chegar em casa."
    "Eu fui bom com minhas finanças. Mereço comprar o que eu quero para uma mudança."

É claro que, como pecadores, a única coisa que merecemos é o julgamento de Deus. Portanto, não estamos exagerando as questões quando dizemos com John Piper: "Um sentimento de merecimento ou direito nos impedirá de conhecer Cristo".

Se o direito é tão perigoso, e muitas vezes tão sutil, como podemos lutar contra isso? Recomendo três passos para passar de um espírito de direito a um espírito de descanso: diagnostique seu coração, lembre-se de seu Deus e imite seu Salvador.


1. Diagnostique seu coração

O primeiro passo para deixar o direito é reconhecer sua presença em nossos corações. Para chegar lá, podemos fazer-nos perguntas que cavam abaixo da superfície de nossas emoções. Por exemplo, podemos nos fazer perguntas como as seguintes:

    Em que áreas da minha vida estou descontente?
    Por que estou tão decepcionado agora?
    O que eu acho que preciso para viver uma vida abundante?
    Como comparo minha vida com a vida de outra pessoa?

Uma vez que avaliamos nossos próprios corações e descobrimos as sombras do direito à espreita, não ficamos lá. Em vez disso, nós ficamos fora de nós mesmos e lembramos de nosso Deus.


2. Lembre-se de seu Deus


No Salmo 23: 1, Davi proclama que o Senhor é o seu pastor. Como Davi pôde dizer isso? Porque ele conhecia intimamente o coração do Bom Pastor. Ele sabia que Deus promete amar sempre seus filhos (Salmo 36: 7). Ele sabia que Deus nunca o deixaria ou o abandonaria (Salmo 139: 7-12). Ele sabia que Deus sempre o sustentaria (Salmo 62: 1-2). Ele sabia que Deus era suficiente (Salmo 27: 4). Porque ele sabia todas essas coisas, ele podia confiar plenamente que Deus cuidaria dele - mesmo no "vale das sombras da morte" (Salmo 23: 4).

Se Deus realmente é bom, então temos tudo o que precisamos para a vida e piedade. Podemos descontar o que Ele deseja dar e o que Ele escolhe reter. Isso não significa que não devemos orar e pedir a Deus as coisas. Mas isso significa que se Ele optar por dizer "Não" ou "Espere", podemos confiar que Suas respostas são boas e amorosas.

Apegue-se à promessa de que Deus o ama, mesmo quando você não consegue o que deseja desesperadamente. Use esses sentimentos como um catalisador na oração. Não podemos nos salvar desses sentimentos de direito. Não podemos melhorar nossos corações. Mas Deus pode, e Ele fará isso enquanto derramarmos nossos desejos e decepções para Ele e esperamos Suas promessas.


3. Imite seu Salvador

Cristo foi o único que sempre foi verdadeiramente autorizado. Ele não merecia suportar nossos pecados na cruz. No entanto, Ele escolheu desistir de Seus próprios desejos, Seus próprios confortos e Seus próprios prazeres para o nosso bem eterno. Paulo lindamente nos lembra de que Cristo estabeleceu Seus direitos para que possamos compartilhar Sua glória (Filipenses 2: 5-8).

Como cristãos, não devemos confiar somente em Deus quando não conseguimos o que queremos. Devemos também seguir o exemplo de nosso Salvador e optar por desistir do que pensamos que merecemos. A recompensa pode não ser imediata, mas nos tornamos mais como Cristo, e isso sempre vale a pena.

A humildade e a vontade de renunciar aos nossos direitos não são virtudes preciosas em nosso mundo, mas são incrivelmente bonitas para Cristo.

É uma coisa boa que não recebemos tudo o que queremos nesta vida. Esses desejos insatisfeitos nos lembram de onde nossa verdadeira satisfação vem: Cristo, e Cristo sozinho. Nas palavras famosas de Agostinho, "Nossos corações estão inquietos até encontrarem-se em Ti".

Que possamos negociar nosso direito a um espírito repousante em Cristo. Que possamos levar nossos corações curiosos e inquietos ao trono da graça e entregá-los ao nosso Pai amoroso.”


Chelsea Patterson Sobolik, em



http://www.desiringgod.org/articles/entitlement-will-rob-you-of-rest