“Lembrei-me
que nas Escrituras Hebraicas, às vezes você faz uma pergunta não porque você
espera uma resposta literal, mas porque interrogar é uma outra maneira de expressar
seus sentimentos. O rei Davi perguntava a Deus por que, mas ele nunca teve a
intenção de pressionar a Deus com suas perguntas. Ele não estava pedindo ao
Senhor que se explicasse. Ele estava apenas derramando seu coração diante de
Deus. Ele estava dizendo ao seu Senhor que ele se sentia abandonado.
Tornei-me
ciente do modo como eu me aproximava do Senhor. Eu tinha dirigido meus porquês
a Ele durante anos, esperando uma explicação que me satisfizesse. Eu tinha
colocado o Senhor em julgamento pelo que eu entendia ser a Sua insuficiência –
Sua falha – e me recusando a lhe entregar meu coração, a menos que Ele me
respondesse. A menos que Ele me desse uma explicação satisfatória sobre os Seus
caminhos. Como era diferente o meu coração do de Davi.
Ocorreu-me
que o Senhor deve ter se agradado do brilhantismo simples de Davi. Era o choro
de uma criança que não compreendia o Pai, mas ainda assim se agarrava a Ele. O
meu por quê, por outro lado, era uma acusação. Era um dedo apontado para Deus.
Não mostrava nenhuma confiança nEle.
Nesses
momentos de exame interior, com outras pessoas e um cão doente no mesmo quarto
em que eu estava, senti-me completamente sozinha diante de Deus. E eu vi o
estado da minha alma pela primeira vez. Eu vi o quão arrogante eu tinha sido ao
julgá-lO. Ao rejeitá-lO.”
Tessa
Afshar, em
Colheita de
rubis, página 192,193
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