“Anos
atrás, conversei com um sujeito que se gabava de sua riqueza e detalhava todas
as maneiras pelas quais Deus o abençoara. O sujeito construíra um negócio
bem-sucedido do qual se orgulhava bastante. Ele descreveu como seus lucros
haviam crescido nos últimos cinco anos e se vangloriava do valor da sua
companhia. Falou sobre sua segunda casa no resort
de esqui em Aspen, Colorado, e sobre o avião particular que utilizava nas
viagens de negócios e para transportar a família para lá e para cá em suas frequentes
férias exóticas.
Por
fim, senti-me compelido a desafiá-lo um pouquinho. “Você disse que Deus o
abençoou. Sente alguma responsabilidade no sentido de usar o que Deus tem dado
a você para fazer a diferença?” Eu tinha quase certeza de que o veria amenizar
a fala, talvez até retroceder e me contar de alguém a quem ajudara, de algum
ministério ou instituição filantrópica a que apoiava financeiramente. Talvez
ele não quisesse se gabar do que doava, nem revelar como Deus o conduzira a
investir no Reino.
Mas
o sujeito seguiu em frente como rolo compressor e, com toda a calma, explicou
por que não se sentia compelido a doar nada.
Perplexo,
pedi que fosse mais claro. “Quer dizer que você não doa nada? Nada mesmo?
Foi
quando ele falou algo de que nunca me esquecerei. Sem reservas, retrucou: “Não
doo nada porque amo o dinheiro. Amo ganhá-lo. Amo gastá-lo. Amo o que ele
compra. Amo como ele me faz sentir. Ganho o meu próprio dinheiro; então eu o
uso para mim mesmo. E ponto final”.
Imagino
que o meu queixo tenha batido no chão porque ele ainda acrescentou: “E não
venha me dizer que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Já ouvi essa
antes. Pode ser verdade para algumas pessoas, mas Deus e eu nos damos muito
bem. Ele me abençoa, e sua bênção é MINHA para gastar como EU bem entendo. É
assim que sou e não vou mudar.”
Por
mais chocado que me sentisse, gostei de sua sinceridade e objetividade. Temo
que sua atitude para com o dinheiro seja semelhante ao que muita gente sente em
relação à tecnologia. Talvez haja uma disfunção séria no modo de nos
relacionarmos com os nossos celulares, seguidores ou curtidas, mas não nos
importamos. Sabemos que alguma coisa deveria mudar, mas nos livramos dessa ideia
com um dar de ombros. Pode acontecer de pensarmos: Estou ótimo assim. Gosto das coisas desse jeito. É assim que sou. Mesmo
que esteja errado, mesmo que Deus tenha algo melhor para mim, não me importo.”
Craig
Groeschel,
em
Na
luta /
Seguindo Jesus em um mundo voltado para si mesmo pelas lentes de uma
selfie,
Editora
Vida,
Páginas
200 e 201 (trechos)
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