sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mal amada, porém amorosa!



E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da menor Raquel. Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista. E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor. Então disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que eu a dê a outro homem; fica comigo. Assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava. E disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu me case com ela. Então reuniu Labão a todos os homens daquele lugar, e fez um banquete. E aconteceu, à tarde, que tomou Lia, sua filha, e trouxe-a a Jacó que a possuiu. E Labão deu sua serva Zilpa a Lia, sua filha, por serva. E aconteceu que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita. Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servires. E Jacó fez assim, e cumpriu a semana de Lia; então lhe deu por mulher Raquel sua filha. E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha. E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos. Vendo, pois, o SENHOR que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril. E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o SENHOR atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o SENHOR ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão. E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi. E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao SENHOR. Por isso chamou-o Judá; e cessou de dar à luz.” Gênesis 29:16-35

            Nunca havia pensado muito em Lia quando lia a Bíblia. Quem era essa mulher? Lia era mal amada, uma jovem mulher não desejada, desprezada. Em uma cultura onde as primogênitas necessitavam casar antes das irmãs, foi dada em casamento a Jacó, mas sem que este o soubesse. Nenhum homem antes quis casar com Lia, inclusive Jacó. Ela não era formosa à vista, já estava ficando velha e o pai resolveu dá-la em casamento sem que este soubesse e quais foram as consequências? Jacó desprezava Lia.
            O que você faria no lugar dela? Ou melhor, o que você faz quando é mal amado, desprezado e/ou ignorado? A reação normal é se revoltar, tratar mal aquele que lança o desprezo, afundar no sentimento de desafeto, se tornar depressivo ou amargurado, frio e ficar com o coração endurecido, descrente no amor e nas pessoas. Lia todavia não agiu assim, ela nunca deixou de amar Jacó, esperar que ele um dia a amasse e louvar a Deus todas as vezes em que percebia a graça e o favor do Senhor em sua vida.
            Deve ter sido muito difícil para Lia suportar um casamento em que se sentia excluída, mal amada, porém Deus via a aflição dela e lhe deu filhos, dentre eles Judá, de cuja linhagem veio Jesus.
            Interessante como sua irmã Raquel, a amada de Jacó, formosa e privilegiada em vários aspectos era completamente diferente. Apesar de ter quase tudo a seu favor vivia a reclamar pelo que não tinha. Em momento algum vemos Lia se voltar contra Deus por causa de seus infortúnios ou deixar de amar Jacó e ser para ele uma boa esposa, ao contrário de Raquel que tinha quase tudo e não tinha nada. Quando Lia morreu, foi sepultada no túmulo da família, junto com Abraão, Isaque e Jacó (Gênesis 49:31), enquanto que Raquel foi sepultada no caminho de Belém (Gênesis 35:19).
            Lia era mal amada, porém amorosa. Era rejeitada por seu marido, mas Deus concedeu-lhe filhos que a amavam muito (percebe-se o carinho de seus filhos em toda a narrativa bíblica). E por diversas vezes, inclusive com os nomes que escolheu para seus filhos, vemos essa sábia mulher louvando e honrando a Deus.
            Podemos tomar a decisão de ser como essa mulher segura do amor de Deus por ela: alguém que, independente do quão indesejada se sentia pelo homem, continuava adorando a Deus e amando. Graças a Deus pela riqueza do exemplo que Lia nos deixou!

4 comentários:

  1. Eu já havia pensado em Lia... realmente não deve ter sido fácil pra ela. Este é um grande exemplo da escolha que devemos fazer diante das circunstâncias. Escolher crer que Deus está no controle e que nunca nos desampara, que se importa conosco é o melhor.

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  2. Eu também não havia pensado na Lia assim, ela superou bem tudo isso firme em Deus, devemos ser assim :)

    http://elaecrista.blogspot.com.br/

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  3. Ainda não tinha pensado sobre Lia e Raquel desse jeito.
    Tem uma música do Elizeu Gomes que chama "O Crente Miguel" que gosto muito de ouvir. No finalzinho da letra diz:
    "Melhor que tudo é ter nada e ter tudo
    Você pode não ter nada, mas ter tudo com Jesus".

    Parabéns pelas postagens, Pri! Muito boas!!! =)
    Beijos, Thamyres

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  4. Não tinha pensado em Lia dessa maneira, mulher de Deus, perseverante no Amor do Senhor. Obrigada Pri pela reflexão sábia do Senhor.
    Patty

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