Porquê eu amo cartas

            

            Amo cartas! Amo escrever e receber cartas. Por que cartas? Penso que existe todo um amor cuidadoso numa carta. Para se escrever uma carta é necessário escolher um papel bonito, tomar nas mãos uma caneta (o que numa era digital se torna um instrumento especial e de uso cada vez mais raro), parar para escrever e, o mais difícil, sair de casa e levar a carta aos Correios para que a carta chegue ao seu destinatário.

Quando era criança colecionava papel de carta, depois acabei usando todos para escrever. Hoje tenho não uma coleção, mas uma grande quantidade de folhas de fichário trabalhadas as quais uso para escrever poemas e cartas para as pessoas. Também sou fã desses bloquinhos detalhados com folhas coloridas para se escrever bilhetinhos e fazer cartões personalizados.

Ontem recebi uma linda carta composta de duas folhas médias, papel com imagem de Machupicchu-Peru, que minha amiga Suellen enviou para mim, lá de Belém/PA, junto com alguns presentinhos (um anel, dois brincos e o livro: “Dalém dos rios da Etiópia”) que ela e seu marido Huria escolheram para mim. Quanto custou um envelope, um papel de carta e todos estes presentes? Seu valor “real” em nada se compara com o valor “sentimental/relacional” que eles adquiriram a partir do momento em que foram enviados.

Amo cartas. Cartas e presentinhos. Presentinhos e bilhetinhos. Bilhetinhos e cartas. Amo o amor cuidadoso que existe por trás de uma carta! Tenho uma caixinha onde guardo cartas antigas, cartões que ganhei de aniversário e amigos e cadernos de recordação onde pessoas interessantes deixaram uma mensagem para mim ao longo dos anos. Amo reler cartas, cartões e afins porque renovam o coração e aquecem o amor!

O mais legal das cartas, a meu ver, é que elas podem ser lidas e relidas por uma, duas ou milhares de pessoas, não apenas enquanto o remetente e o destinatário estão vivos, mas por gerações. Veja, por exemplo, as cartas que o apóstolo João escreveu às Sete Igrejas, as cartas de Pedro, as cartas de Paulo, e de diversos outros escritores que contribuíram com suas cartas para a formação da Bíblia Sagrada! Ao longo dos séculos, muitas cartas se tornaram livros. 

Um dos livros/cartas que mais aprecio chama-se IVAN. O livro é uma coleção de cartas que esse garoto, um soldado soviético, enviava a sua mãe enquanto soldado. Seu testemunho de fé, suas experiências de renúncia e sofrimento por amor a Deus, são tão impactantes que não poderiam ser lidas apenas por sua família. E mesmo hoje, anos depois da morte desse garoto, que nunca chegou a se casar e ter filhos, como era o sonho dele, transforma e abençoa vidas de todos os lugares do mundo! Ah, como o Ivan é uma inspiração para mim. A carta dele que mais que tocou é a que ele relata o episódio de para que negasse a fé ele foi posto em um quartinho, tipo um refrigerador de frigorífico, com uma água caindo lentamente em seu corpo sofrido e magro, por horas e dias a fio, até que Deus movesse o coração as autoridades para que o tirassem dali. Em nenhum momento, em nenhuma provação (e não foram poucas ou suaves), Ivan deixou de amar a Deus, de crer no amor de Deus e de ser uma luz onde estava. Muitos soldados e seus superiores se converteram porque Ivan não desistiu ou negou quem era. Muitas pessoas cresceram na fé e se fortaleceram com as cartas de Ivan, como eu que cresci lendo e relendo esse livro diversas vezes. 

Como não amar cartas?!

Se você não tem o meu endereço, mas gostaria de me enviar uma carta algum dia, entre em contato comigo pelos meios que tem acesso, como o blog, página no facebook, e-mail e lhe enviarei meu endereço de contato. Prometo respondê-lo de próprio punho, o mais breve possível.

Para refletir:

Mas alguém dirá: "Você tem fé; eu tenho obras". Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras.” Tiago 2:18

“Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta.” Tiago 2:26

“Porque em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor.” Gálatas 5:6