"Amava brincar
sozinha no meu quarto porque tudo ali era possível. Eu tinha super poderes para
voar, eu via borboletas dançando, cantava na língua de Zoeland. Tudo era
perfeito, até o dia que descobri que não sabia cantar no tom certo, que eu não
conseguia voar e não havia borboletas em meu quarto. Esse dia foi quando o
Realismo entrou sem bater na porta e resolveu se fazer importante.
Creio que todos nós já
perdemos a inocência de criança há muito tempo atrás. Porém existe o momento em
que nos deparamos com algo que se chama fé. Temos a escolha de acreditar
naquilo que enxergamos ou naquilo que ainda não vimos, mas vamos ver.
Às vezes quando
decidimos ter fé nos frustramos com alguma promessa não cumprida, nos
revoltamos com uma oração não atendida, ou um relacionamento não correspondido
– assim deixamos fraturas de fé formarem em nós. Essas fraturas são situações
perplexas da vida: pessoas boas que sofrem sem razão, promessas que achamos que
Deus tinha falado e nunca aconteceram, pessoas que batalham, mas nunca vencem,
etc.
Cada dia vejo pessoas
com fraturas após fraturas de fé em seus corações – deixam de acreditar no
sobrenatural, naquilo que Deus diz na Bíblia, se fecham para o Amor que sempre
bate à porta. Com o tempo essas fraturas aumentam e se abrem para incredulidade
e amargura. Somente o Amor do Pai pode ser capaz de preencher fazendo a fratura
desaparecer, mas depende de um convite pessoal de cada coração fraturado.
Que hoje deixemos
novamente o realismo que nos paralisa, a incredulidade que não nos deixa
acreditar em milagres, a amargura que nos corrói por dentro, os questionamentos
revoltados – e que venhamos entender que não enxergamos tudo, mas que tudo
ocorre para o bem daqueles que O amam verdadeiramente. Um dia entenderemos
todas as coisas, mas que a amargura e a ira nunca nos distancie do nosso
próximo milagre.
Voltemos a ser como
criança, acreditando que nada é difícil para um Deus que nos segura no centro
das palmas de Suas mãos."
Zoe Lilly
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