Sempre amei conhecer novas
cidades, novas pessoas, experimentar comidas típicas de outros povos (minhas
favoritas são a comida árabe, italiana e japonesa), viver novas experiências e
aventuras (como saltar de para-glider, fazer manobras com patins e skate, nadar
contra a correnteza de um rio), testar e expandir meus limites e alcançar o
antes impensável e inalcançável, só para ir mais longe!
Só tem um problema, apesar de
ser apaixonada por viagens, minha maior dificuldade sempre foi a jornada.
Quando era criança, uma viagem
que fazíamos constantemente era de Luz a Ibiá para visitar o vovô Levy. Uma
curta viagem que de carro leva aproximadamente uma hora e meia. Porém cerca de
quarenta minutos após o início viagem, meu irmão e eu começávamos a típica
amolação da maioria das crianças pequenas: "Pai, tá cheganu? Falta muito?
Quanto tempo falta? Ainda vai demorar?".
À medida que cresci, aprendi a
usufruir melhor meu tempo de estrada observando e admirando a paisagem,
comparando através da memória com a de outros lugares de conheci e, atualmente, o
que mais gosto de fazer quando estou na estrada é captar e fotografar cenários
em minha mente. Como é bom reparar a tonalidade do céu, o sol nascendo e se
pondo num colorido sempre surpreendente misturado às belas montanhas ou
planícies que presenteiam nossa visão enquanto viajamos! Também é bem legal
identificar as nuvens estratiformes, cumuliformes ou cirriformes e
classificá-las melhor quanto à altura e aspecto, sem contar o quanto é bom
imaginar cenas e desenhos a partir do formato das mesmas (não me diga que você
nunca viu uma águia, um cavalo ou um coração na nuvem!).
A vida passa, mas em muitos
aspectos continuamos crianças lidando com as mesmas dificuldades que tínhamos
na infância (até que as superemos)! Hoje não tenho mais dificuldades em lidar
com as ansiedades de uma viagem, tanto que já fiz várias viagens que duraram
mais que 24 horas sem ansiedade, ainda mais quando levo no walkman algumas
palestras e cds de música, e quando encontro algumas pessoas boas de conversa
que fazem horas parecerem minutos e o tempo voar. Entretanto luto contra as
ansiedades comuns à juventude e as perguntas não cessam: “Pai Celeste, meu
noivo ta cheganu? Falta muito pra eu casar? E os livros, Deus? Quando conseguirei
publicar esses três que escrevi e estou revisando? De onde virá a provisão
financeira? Senhor, e as viagens de divulgação? Quando receberei convites para
pregar na Tua Igreja espalhada pela face da Terra? Quando voltarei a ser
convidada a palestrar em escolas, empresas, conferências? Quando esse sonho
maluco e gigante que me deste se tornará realidade? Ainda vai demorar? Terei
que esperar por mais quanto tempo? Sinto-me como José, após revelar o sonho do
copeiro e do padeiro, pensando que ali estaria sua oportunidade de sair da
prisão e, nada, teve que passar mais dois anos encarcerado! (leia sua história
em Gênesis 37- 50)”
Em meio a tantos
questionamentos, algo simples e impactante que Deus me disse quando era bem
pequena me vem à mente: Acalme-se filha,
estou com você nessa jornada, que tal aproveitar a viagem?
“Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o
aconselharei e cuidarei de você.”
Salmos 32:8
“Respondeu o Senhor: "Eu mesmo o
acompanharei, e lhe darei descanso".”
Êxodo 33:14
“Se não for o Senhor o construtor da
casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a
cidade, será inútil a sentinela montar guarda. Será inútil levantar cedo e
dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. Aos seus amados dá
enquanto dormem.
Salmos 127:1-2
Sendo assim, que posso eu
dizer, senão: “Senhor, ajude-me a curtir
a jornada tanto quanto o destino e a Tua companhia nesta viagem mais que
qualquer lugar para onde me levares!”?!
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