Minha infância

Se sinto saudades da infância? Penso que uma palavra que definiria melhor meu sentimento seria: saudosismo, não saudade. Não gostaria de voltar a ser criança, muito menos de viver tudo o que vivi novamente. 

Se tenho boas lembranças?! Oxê! Mas é claro! Lembro-me de meu pai me carregando em seus ombros quando voltávamos da igreja ou da casa do vovô e da vovó, levando meu irmão e eu aos domingos para brincar na pracinha Bambuí enquanto comprava picolés pra gente, de minha mãe fazendo coxinha num dia chuvoso e lendo histórias bíblicas pra gente antes de dormir, das festas de aniversário (e dos docinhos e saquinhos de surpresa), de me divertir com as brincadeiras de rua e a criançada do quarteirão, da fase dos patins e meu irmão quebrando os 2 braços por causa deles, da piscininha de plástico (das, né? Porque era furar uma, meus pais compravam outra), das guerrinhas de almofada (uma até que levou a um dente permanente quebrado), das tardes na biblioteca no universo encantador dos livros, das tardes divertidas na fazenda com os primos que vinham de longe nas férias, das excursões escolares à Gruta de Maquiné, BH, dentre outros passeios estimulantes... São tantas boas recordações, todavia são apenas recordações, ainda que bem vivas, só lembranças.

“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Coríntios 13:11

Prefiro ser quem sou hoje. Prefiro viver o hoje. Prefiro ter meus 27 anos e poder viajar sozinha, escolher minhas próprias roupas (não que minhas roupas da infância tivessem sido feias, pelo contrário!), ter meu dinheiro (ai! É horrível ter que pedir dinheiro para tudo que se quer quando criança, né?), poder namorar (com responsabilidade e pureza, é claro!), escolher com quem quero andar e quando quero fazê-lo (quando se é criança tem-se que ir aonde os outros querem levar e nem sempre em boa companhia), trabalhar (em vez de apenas brincar e estudar), fazer esportes radicais (como saltar de para-glider, asa delta), ir dormir altas horas da noite ou ficar acordada a noite toda, dentre outras inúmeras atividades proibidas para crianças.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha? Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar. Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.” Eclesiastes 3:1-11

A infância é boa, contudo a juventude é melhor. Pelo menos para mim. É assim que eu penso! A infância passou e a juventude chegou. Glória a Deus por isso!