"Ah, Senhor, como desejo viver em abundância, sonhos, projetos!
E, planos são feitos e desfeitos em fração de segundos; segundos que
duram meses e anos, mas que parecem um minuto.
Quero a eternidade, mas não consigo nem administrar minha realidade.
Impaciência, desejos desenfreados, sonhos consumistas e fora de
propósito.
Ah, Senhor, como quero viver as bênçãos, mas não quero passar pelo
processo da cura.
A cura traz dor, sofrimento.
Quero ser autossuficiente, mas também quero o livramento.
Quero o amor, mas não quero dar o amor. Um sentimento egoísta invade
meu peito, quando me sugeres que divida o que me é precioso, o meu tempo.
Quero a tua luz, mas não quero ser a luz, porque isso me custa uma
mudança de caráter, mas sei que o caráter aprovado só vem por meio da cruz.
Ah, Pai, quão miserável sou!
Quando a morte desejo, Tu me
fazes lembrar de que o céu não é lugar de refugiado, e sim de quem já acabou.
Como posso terminar algo que nem
sei como começar?
Mas para perguntar, me custa algo de precioso: o meu tempo...
Tempo?
Quanto tempo ainda me resta?
Quanto tempo já passou, e eu aqui?
O que me impede de Te buscar, senão eu mesma?
Sua luz me inunda e diante dela me encontro nua.
Seu amor me revela quem de fato sou.
Não quero suas bênçãos, quero apenas que me cure.
Não preciso ser abençoada, preciso ser curada, porque à medida que me
curas e entendo teu imenso amor, tudo o que conquistou por mim na cruz se
materializa no natural.
A cura abre os olhos, tira as escamas.
A cura restaura a essência e revela meu verdadeiro DNA.
A cura me faz entender que sou filha do Rei, ela me liberta, faz do
horrível, a coroa de glória.
Essa cura...
Ah, doce cura: Jesus Cristo!"
Luana Valim
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