sábado, 30 de maio de 2015

Linda?



“Me falavam que “bonitinha” é uma feia que tem um rostinho bonito, e “lindinha” é uma feinha arrumada, e “linda” é uma que realmente é bonita. É cada absurdo que ouvia que me deixava bem confusa. Alguém me chamava de “bonitinha” e logo eu pensava torto: “hum, tenho rosto bonitinho só, né?” e assim permitia que as minhocas se instalavam em meu cérebro e coração.
Acredito que a maioria das mulheres querem mudar algo em sua aparência. Querem serem mais altas, mais baixas, mais magras, mais musculosas, mais voluptuosas, mais bronzeadas, mais enrugadas (oops – acho que isso ninguém quer).
Hoje em dia vejo campanhas em prol da verdadeira beleza, como a Dove, com seus vídeos e propagandas. Eu admiro muito esse tipo de trabalho, creio que tem havido uma grande melhora na maneira como as mulheres se enxergam, porém vejo tanta infelicidade em tantas outras mulheres em relação a si mesmas.
Creio que toda mulher em algum momento da vida sentiu-se rejeitada por não ser a mais bonita, a mais desejada. Porém algumas venceram saudavelmente e outras se enfiaram num poço de miséria maior ainda.
Pense num poço fundo, BEM fundo. Foi nesse que eu me enfiei. Sempre me achava a mais feia, a mais gorda, a mais desajeitada e quem iria ficar comigo? Como que um dia um homem seria atraído por mim? Nunca, eu pensava. Foram anos e anos de pensamentos negativos sobre minha pessoa, foram anos de distúrbios alimentares e auto-flagelo. Não importava o quanto minha mãe me dizia que era linda, eu me sentia horrível sempre. E os anos se passaram e me enfiei em outras coisas: nos estudos, nas conquistas pessoais, nas atividades da igreja, nas amizades… até que…
Um dia em 2003 estava com uma grande amiga subindo uma montanha enorme na cidade de Big Bear, no estado da Califórnia. E, de repente, enquanto subia, ouvi uma voz: “Você é linda”. E eu olhei pro lado e não havia ninguém, mas eu sabia quem estava falando: meu Pai. As lágrimas escorriam em meu rosto e minha amiga olhou para mim com cara de espanto e eu a disse: “Sabe Anna, eu sou linda.” Ela olhou pra mim sorrindo e disse: “claro que você é linda, sempre te achei linda.” Mas mal ela sabia o que havia acontecido comigo. Uma alegria borbulhava em meu ser, e para ser BEM honesta, naquele dia eu estava muito mal vestida, estava mais gorda do que já fui na vida inteira, com mais espinhas do que sardas e solteira ao quadrado. Sim, eu estava um caos, mas nunca me senti tão linda.
Não foi uma sessão de terapia, não foi um momento de elogio do meu namorado, não foi um corte de cabelo novo — foi um encontro com a minha verdadeira identidade. A voz dEle aumentava em mim e as mentiras evaporavam.
Você pode acreditar por alguns meses que você é linda por causa de um relacionamento, porque você ganhou um guarda-roupa novo ou porque atingiu sua meta no seu regime. Mas esse sentimento na crise vai embora, vai bem longe e logo volta o sentimento de não ser boa suficiente.
Porém quando encontramos quem somos nEle, tudo muda. Deus não precisa te levar em uma montanha para falar com você, nem te arrebatar, mas você precisa encontrá-Lo. Só Ele pode te dizer quem você realmente é.
Deixe o espelho de lado por um momento, deixe de querer ser “diferente”, de aparecer como alguém da hora, deixe os machucados, deixe a falta de perdão e tente escutar. Abra sua Bíblia, leia o que Deus pensa de você e escute a voz suave e doce do Pai. Ser linda é ser satisfeita nEle. Ser linda é carregar algo que ninguém compra, mas só ganha pela graça. Ser linda é ser o que você é diante dEle. Só isso. Tudo isso.”
Zoe Lilly

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