sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Perigos de uma relação de aparência

“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem. E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante. E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.”
Gênesis 4:1-7


A raiz da relação aparente de Caim com Deus, que o levava a um cinismo religioso, uma adoração falsa, estava na falta de obediência e fé ao que Deus já havia ordenado, estava na motivação por trás da oferta e no modo de o fazer. Caim trouxe "uma oferta" ao Senhor, já Abel ofereceu o que de mais caro, mais precioso, em abundância, havia no seu rebanho. Abel ofereceu a gordura, a parte mais desejável ao Senhor e note: Ele ofereceu as primícias. Caim ofereceu algo comum, trivial, Abel ofereceu o melhor do seu trabalho, a parte mais valiosa. E por trás dessa atitude estava a falta de fé e confiança de um coração que não confiava na Majestade de Deus. Caim desprezava o Senhorio de Cristo e mostrava pela falta de gratidão, já que ele não reconhecia ser sua colheita produto, fruto da bênção de Deus.
A consciência que temos do governo de Deus determina a maneira como expressamos nossa gratidão, nossas orações, ofertas, serviço a Deus.

“O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível. Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos. Agora, pois, eu suplico, peça a Deus, que ele seja misericordioso conosco; isto veio das vossas mãos; aceitará ele a vossa pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos. Quem há também entre vós que feche as portas por nada, e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão. Mas desde o nascente do sol até ao poente é grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma oferta pura; porque o meu nome é grande entre os gentios, diz o SENHOR dos Exércitos. Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura, e o seu produto, isto é, a sua comida é desprezível. E dizeis ainda: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o que foi roubado, e o coxo e o enfermo; assim trazeis a oferta. Aceitaria eu isso de vossa mão? diz o SENHOR. Pois seja maldito o enganador que, tendo macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é temível entre os gentios.” Malaquias 1:6-14

Se não temos essa consciência nossas ofertas são desprezíveis, defeituosas...

Toda concepção limitada da majestade, do senhorio, de Deus leva a uma adoração cínica, desprezível, vã, inútil, que não será aceita. Deus olha muito além da mera aparência do culto, do serviço, das ofertas que lhe são prestadas. Faltou a Caim não apenas a fé na majestade de Deus, como também em Sua bondade. Abel reconhecia que tudo de bom que ele estava produzindo, todo o bem, vinha das mãos de Deus.

“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” Hebreus 11:4,6

A fé de Abel, demonstrada por meio do melhor de suas ofertas, vinha da consciência que ele tinha de que Deus existe e é galardoador, abençoador, presenteador dele. Caim não via que Deus era o galardoador dele, senão teria oferecido o melhor!

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Romanos 12:1

Antes de oferecermos a Deus, prestando-lhe qualquer coisa, precisamos nos lembrar dos atos de bondade e misericórdia de Deus, para que nossa oferta seja consequência do nosso reconhecimento em gratidão ao Senhor.

Uma relação de mera aparência/conveniência é uma adoração cínica, ritualística e perigosa!

Se o que ofereço a Deus não é o meu melhor, é possível que minha adoração e relação esteja sendo apenas de aparência.

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