“De manhã, ao entrar no elevador, você percebe que alguém segurou a porta para você. Você agradece.
Ao sair do prédio, mesmo dentro do carro, seu gesto ao levantar a mão
e acenar para o porteiro é uma forma de reconhecer que a cancela não
levantou sozinha. Você agradece.
No trabalho, acontece a aprovação de um relatório que você
apresentou. Foram horas a fio dedicadas àquele projeto. Na frente de
todos, o seu chefe reconhece o seu desempenho. Você agradece.
Hora do almoço, numa metrópole, no centro da cidade. Um mar de gente
surge e disputa vaga no mesmo restaurante que você. Sua mesa é dividida
com três estranhos, cada qual fazendo sua própria refeição. Ninguém nem
percebe, mas você fecha os olhos por alguns
segundos antes de comer. Aquela refeição não parou no seu prato
sozinha. Você agradece.
Ao sair do restaurante, alguém à porta lhe deseja boa tarde. E agradece sua visita. Você agradece.
Percebendo que um acidente aconteceu diante dos seus olhos, mas que ninguém se machucou, você dá um suspiro. Você agradece.
No celular, você lê as notícias do país e do mundo. No geral, não são
animadoras. Com exceção de uma, que narrava um gesto lindo de
solidariedade. Você não perde a esperança. Você agradece.
A enfermidade que um ente querido enfrenta persiste. Mesmo assim, ele continua na luta, encarando um dia atrás do outro. Você chora e sofre. Você agradece.
Em casa, ao final de um dia, você se deita. Antes de dormir, reconhece que a vida é uma dádiva. Você agradece.
Essa dinâmica se repete todos os dias. A gente é que nem sempre percebe.
A gratidão é a engrenagem que faz a máquina da vida funcionar.”
Daniel Guanaes
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