“Sabemos que Deus age em todas as coisas
para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu
propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos.” Romanos 8:28-29
Deus atua constantemente sobre
seu povo e a cultura que o cerca para atingir Seus propósitos eternos na "história
humana", essa pequeníssima extensão de tempo cósmico. O que em geral
acontece de modo que ninguém, exceto Ele, poderia ter planejado ou previsto, e
que está além de nosso controle ou compreensão.
Notamos, normalmente depois do
fato, que uma mudança profunda e impactante ocorreu (mudança que pode se dar na
pessoa, no grupo ou em toda uma cultura). Maneiras tradicionais de fazer as
coisas perderam a força, ainda que tenham sido muito poderosas no passado. Em
tais condições, surge o verdadeiro perigo de nos colocarmos em oposição ao que
Deus de fato está realizando agora e ainda fará. Diversas vezes perdemos a
oportunidade de trabalhar com Deus aqui e agora. Como diz Dallas Willard: “falhamos
em encontrar, com a devida rapidez, o odre novo para o vinho novo”.
Os seres humanos em todo o
tempo souberam que há um Deus e tiveram algum grau de compreensão de quem é e
como é (Rm1:19-20). Na verdade, eles ainda sabem. Mas não ficaram contentes com
o lugar de Deus no universo, por causa de ser quem Ele é. Essa é a chave para a
compreensão da atual condição da humanidade.
Na realidade, esse tem sido o
último estágio de toda sociedade humana próspera que ergue-se sobre a terra.
Inevitavelmente, tal sociedade começa a acreditar que é responsável por seu sucesso
e prosperidade, e passa a se adorar e a se opor contra as concepções e práticas
que lhe possibilitaram, sob o comando de Deus, ser bem-sucedida em primeiro
lugar. "Jesurum engordou e deu pontapés" (Dt 32:15). Mas no alicerce
de tudo está o mal radical do coração humano - um coração que anseia me pôr
como Deus no lugar de Deus.
Os homens devem se perguntar
com sinceridade se almejam ou não viver num mundo permeado por Deus, e se o
conhecimento de Deus é algo que anseiam verdadeiramente. Do contrário, podem ter
certeza que Deus os dispensará de Sua presença. Eles encontrarão seu lugar nas
"trevas deste mundo", a respeito das quais Jesus falou. No entanto a
questão fundamental a esse respeito não recai no fato de tais pessoas irem para
lá, mas em como elas se fecharam tanto na própria auto-adoração e na negação de
Deus, a fim de se tornarem inaptos a querer Deus.
Um famoso pregador do passado
afirmava eloquentemente: "Você diz que aceitará Deus quando quiser",
para então terminar: "Como você sabe que será capaz de querer quando achar
que quer?". A pessoa perdida é, no final das contas, a pessoa que não pode
desejar Deus. Que não pode almejar
que Deus seja Deus. Multidões de tais pessoas passam descuidadas todos os dias,
e passam direto para a eternidade. A razão para elas não encontrarem a Deus é
não o desejarem ou, pelo menos, não quererem que Ele seja Deus. Desejar que Deus
seja Deus é completamente diferente de querer a ajuda de Deus.
O inferno não é um engano
involuntário, um lapso ou um deslize. Não se perde o céu por um triz, mas por
um esforço contínuo de evitar e fugir de Deus. A alma arruinada precisa se
dispor a ouvir e a reconhecer a própria ruína, antes de avistar como entrar num
caminho diferente, o caminho da vida eterna, que a conduzirá de modo natural
para a formação espiritual na semelhança com Cristo.
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