"A
maior parte de nossos bens foi conquistada através de nosso trabalho. Com o
suor de nosso rosto e o trabalho de nossas mãos. Mas quem nos deu as mãos? E a
força para usá-las? E a mente para coordenar o movimento delas? Não é verdade
que tudo isso nos foi dado?
Ou talvez o trabalho que realizamos seja mental e não
manual, e nossa posição na vida se deva a muitos anos de estudo. Mas quem nos
deu a mente para aplicar o que estudamos? Quem construiu o circuito que
armazena e recupera nossos pensamentos? Quem criou a corrente neurológica, que
possibilita a existência de nossos pensamentos?
Pode ser que nosso trabalho gire em torno de determinadas
questões que queimam dentro de nós, e por isso nos dedicamos ao serviço social,
ao julgamento de causas ou ao voluntariado em um abrigo para sem-teto. Vivemos
e trabalhamos segundo a orientação de nossa consciência. Mas quem colocou em
nós essa orientação? Verdade, justiça, separação entre o certo e o errado,
compaixão.
De onde vieram essas grandes noções? De nós? Não foram
gravadas em nosso coração, assim como os mandamentos foram gravados na pedra?
Não são também dons? O amor que concedemos. O amor que nos foi dado. Não é um
dom? E a fé, a mais básica de todas as respostas espirituais, também não nos
foi dada como um presente?
O ar que respiramos. Uma bênção. Os pulmões para
respirá-lo. Uma bênção.
Os
músculos involuntários que nos mantêm respirando. Uma bênção. Encaminharmo-nos
para um novo dia. Uma bênção.
Onde quer que comecemos a
investigação, se retrocedermos até o início de tudo, veremos que a fonte é Deus
e Sua generosidade em doar. Tudo é bênção. Todas as
coisas. Vivemos, literalmente, em face de Suas ricas bênçãos.
A generosidade é tão grande. A gratidão é tão pequena.
Ainda assim, Ele dá. Bênção, após bênção, após bênção."
Ken Gire,
Meditações para a vida