Eu sou o que minhas palavras dizem... através de conversas, através de textos, através de silêncios, através da vida...
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Sobre amor e relacionamentos
QUANDO OS FILHOS VOAM…
– POR RUBEM ALVES
“Sei que é inevitável e bom que
os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo
sempre os empurrei para fora.Sei que é inevitável que eles voem em todas as
direções como andorinhas adoidadas.
Sei que é inevitável que eles construam seus
próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira…
Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los
de novo dormir no meu colo…
Existem muitos jeitos de voar. Até mesmo o vôo
dos filhos ocorre por etapas. O desmame, os primeiros passos, o primeiro dia na
escola, a primeira dormida fora de casa, a primeira viagem…
Desde o nascimento de nossos filhos temos a
oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e
soltar, acolher e libertar. Nem sempre percebemos que esses momentos tão
singelos são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.
Mas chega um momento em que a realidade bate à
porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da
independência, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo
transforma.
É quando nos damos conta de que nossos filhos
cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem
urgência de conquistar o mundo longe de nós.
É chegado então o tempo de recolher nossas asas.
Aprender a abraçar à distância, comemorar vitórias das quais não participamos
diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor.
Muitas vezes, confundimos amor com dependência.
Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amarão mais.
Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis.
Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma
orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos
amados.
Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por
excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que
eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. Temos
tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma
âncora que impede-os de navegar nas ondas de seu próprio destino.
Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos
por congelar o tempo que tudo transforma. Ficamos grudados no medo de perder,
evitando assim o fluxo natural da vida. Respiramos menos, pois não cabem em
nosso corpo os ventos da mudança.
Aprendo que o amor nada tem a ver com apego,
segurança ou dependência, embora tantas vezes eu me confunda. Não adianta
querer que seja diferente: o amor é alado.
Aprendo que a vida é feita de constantes mortes
cotidianas, lambuzadas de sabor doce e amargo. Cada fim venta um começo. Cada
ponto final abre espaço para uma nova frase.
Aprendo que tudo passa menos o movimento. É nele
que podemos pousar nosso descanso e nossa fé, porque ele é eterno.
Aprendo que existe uma criança em mim que ao ver meus filhos crescidos, se assustam por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível.
Aprendo que existe uma criança em mim que ao ver meus filhos crescidos, se assustam por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível.
Aprendo que é preciso ter coragem para voar e
deixar voar.
E não há estrada mais bela do que essa.”
Fonte: https://osegredo.com.br/2015/12/quando-os-filhos-voam-por-rubem-alves/
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Graça para ajudar em tempo apropriado
"Aproximemo-nos, com ousadia, do
trono da graça para que recebamos misericórdia e achemos graça para ajudar em
tempo apropriado".
Hebreus 4:16, tradução de John Piper
Você observou que esta tradução é um pouco diferente de outras? A
tradução habitual da última sentença é: "Acharmos graça para socorro em
ocasião oportuna". E, "graça para ajudar em tempo apropriado"
é também uma tradução literal e exata. Não existe contradição entre essas duas
traduções. Porém, algumas traduções chamam a atenção à nossa necessidade;
nesta, literal, ao tempo de Deus.
Acho que precisamos focalizar na graça do tempo de Deus. Quando
temos uma necessidade, nos sentimos bastante inquietos a respeito de quando
Deus satisfará tal necessidade. Queremos que Ele o faça agora! Não é natural
pensarmos que a graça de Deus será mostrada tanto em seu tempo como em sua
forma. Mas Hebreus 4:16 lembra-nos a buscarmos a Deus não somente quanto ao
tipo de graça de que necessitamos, mas também quanto ao tempo dessa graça.
Isto pode mudar nossa atitude na oração. O tempo de Deus é
frequentemente estranho, e isso não deveria surpreender-nos, visto que, "para
o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia" (II Pe
3:8). Deus pode compactar mil anos de impacto em um dia e levar mil anos para
fazer a obra de um dia. No primeiro caso, Ele não fica sobrecarregado, e, no
segundo caso, não se mostra apressado. Como disse o apóstolo Pedro: "Não
retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada" (II Pe
3:9).
Portanto, não nos surpreendamos com o fato de que "ajudar
em tempo apropriado" seja na perspectiva de Deus algo diferente do que
o é na nossa perspectiva, mas a dEle é sempre melhor, É sempre graça para nós.
É uma graça que deve sempre receber nossa confiança pelo que ela é e pelo tempo
em que nos será dada.
Eu preciso de ajuda. Sempre. Em tudo. Estou simplesmente enganando
a mim mesmo, se penso que posso mover-me por alguns centímetros sem a ajuda de
Deus. "Pois Ele mesmo é Quem a todos dá vida, respiração e tudo mais"
(At 17:25). Preciso da ajuda de Deus para o bem da minha fé, a qual é fraca.
Preciso dela para estimular o meu zelo e para dar-me poder para evangelizar.
Preciso desta ajuda para a adoração autêntica. Preciso dela para ter coragem no
viver santo. Preciso da ajuda de Deus para transformação de meus filhos
adolescentes em jovens humildes, respeitáveis e centralizados em Deus. Preciso
dela para que eu possa ministrar esperança, gozo e ousadia aos nossos
missionários e para receber orientação quanto a planejar o futuro. Preciso da
ajuda de Deus para milhares de outras exigências, ênfases e agradáveis
possibilidades.
Gosto muito de pensar na soberania de Deus em administrar Seu tempo.
Por exemplo, Daniel afirmou que o Senhor "muda o tempo e as estações"
(Dn 2:21). Isto significa que as épocas de bênção modestas ou imensas em nossa
vida, nosso lar e nossa igreja estão nas mãos de Deus. Ele geralmente determina
o tempo de nossas bênçãos, de modo que a Sua sabedoria, e não a nossa, seja
ressaltada. Deus está mais interessado na paciência da fé do que em nossa
satisfação instantânea. O tempo de Deus pagará os seus dividendos, além do que
podemos imaginar. Sempre é "graça para ajudar em tempo apropriado".
O tempo e o conteúdo da bênção são graciosos. A fé descansa nos aspectos e no
momento da graça de Deus.
Por isso, este convite de Hebreus 4:16 é muito precioso para mim.
Preciso de ajuda, mas, não mereço. No entanto, Deus provê ajuda, porque Seu
trono é um trono de graça e ajuda imerecida. Em todas estas necessidades, o
Senhor tem "graça para ajudar em tempo apropriado". Nosso
dever consiste em aproximar-nos dEle com ousadia, achar e receber essa ajuda do
trono da graça. Temos razão para crer que Ele nos ouvirá e nos ajudará no tempo
apropriado.
Portanto, cheguemos confiantemente junto ao trono da graça e
recebamos o que Deus tem para nós - uma graça soberanamente designada e
controlada quanto ao tempo para o nosso maior bem.
John Piper,
em Uma
vida voltada para Deus,
páginas 56 a 58.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Que seu maior e mais reluzente adorno seja a simplicidade
“Deus é simples.
Tão simples que nunca pediu imagens de si mesmo.
Quando revelou sua face entre os
homens, não foi esculpido.
Foi um Homem de dores, que sabe o
que é padecer.
Rei? Não, carpinteiro.
Nobre? Não, galileu.
Amigo de nobres? Não, amigo de
pecadores.
Quem O quer adorar, que O adore na simplicidade de sua invisibilidade, na beleza de Sua santidade, em espírito e em verdade.
Quem O quer ouvir, que vá até a sarça, que sinta brisa, que fique em silêncio.
Quem O quer conhecer, que contemple o desabrochar das flores, o brilho das estrelas, o amanhecer do sol.
Tão simples que, mesmo exaltado acima de tudo e de todos, coroado Rei do Universo, escolheu o barro e fez dele sua morada. “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro […]”.
Quem O quer visitar que não procure em templos e tabernáculos.
Ele não mais vive entre os
homens, Ele vive dentro deles.
“Que é o homem para que com ele
te importes?”, cantou o salmista.
“Não sabeis que sois santuário de
Deus e que o seu Espírito habita em vós?”, respondeu o apóstolo.”
Gilvando Junior
domingo, 4 de dezembro de 2016
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