quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Vocacionados

"A vocação de Deus é incontestável e irresistível. Incontestável, pois Ele, ao vocacionar, o faz de forma clara e nada mais enche o coração. Irresistível pela abordagem, pois quando Deus vocaciona, tudo nos impele a segui-Lo.

Chamado e vocação são termos correlatos na Palavra de Deus e derivam da expressão kaleo - chamar. Em todo o Novo Testamento vemos que Ele chama para a salvação (2 Pe 1.10), para a liberdade (Gl 5.13), para sermos de Jesus Cristo (Rm 16) e para a ceia das bodas do Cordeiro (Ap 199). Todo chamado se dá segundo o Seu propósito (Rm 8.28) e somos encorajados a permanecer firmes no chamado (1 Co 7.20), andar de forma digna da nossa vocação (Ef 4.1) e a vivê-la junto com outros igualmente chamados em Cristo (Ef 4.4).

O chamado de Deus não é uma prerrogativa do Novo Testamento. Deus, ao longo da história, chamou o Seu povo para o Seu propósito. Israel é chamado para ser bênção entre as nações (Gn 12.2) e para anunciar a salvação e a glória do Senhor (Sl 96.3). Em Isaías, o Senhor fala sobre “todos os que são chamados pelo meu nome”, também menciona que foram criados “para a minha glória” (Is 43.7).

Antes de tudo, é preciso compreender que, em Cristo Jesus, todos somos vocacionados (1 Pe 2.9-10). A Palavra deixa isso bem claro ao expor que somos vocacionados para a salvação, para as boas obras, para a santidade e para a missão. Ou seja, nascemos em Cristo Jesus com um propósito. Não estamos neste mundo de forma aleatória e descomprometida. Fomos salvos em Cristo para fazer diferença – sendo sal e luz -  e cumprir o chamado de Deus. E, dentre todas, a nossa maior vocação é glorificar o nome de Deus Pai (Rm 16.25-27).

Encontramos também na Palavra de Deus a vocação ao ministério, para uma função específica no Reino do Senhor. Trata-se daqueles que são separados por Deus para uma ação específica e funcional em Sua igreja.

Escrevendo aos Romanos, Paulo se apresenta como “servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus” (Rm 1.1), expressando que é servo de Cristo, porém, com um chamado ministerial específico: ser apóstolo.

Ele afirma ser “servo” – doulos – escravo comprado pelo sangue do Cordeiro, liberto das cadeias do pecado e da morte e, apesar de livre, cativo pelo Senhor que o libertou.

Afirma também ser chamado para ser “apóstolo”, demonstrando que alguns servos podem ser chamados ao apostolado, porém, não há apóstolos que não sejam primeiramente servos.

Em Efésios 4:11, entendemos que o Senhor Jesus chama, dentre todos na igreja, “alguns” para serem apóstolos, profetas, pastores, evangelistas e mestres, ou seja, para funções específicas de trabalho.

Quem nós somos - nosso chamado em Cristo - é mais determinador para nosso ministério do que para onde iremos. Não há na Palavra um chamado geográfico (para a China, Índia ou Japão), ou mesmo étnico (para os indígenas, africanos etc.), mas um chamado funcional, para se fazer alguma coisa.

Na exposição aos Efésios, Paulo afirma que alguns foram chamados para ser apóstolos, ou “a pedrinha lançada bem longe”, na expressão de John Knox. São aqueles que vão aonde a igreja ainda não chegou. Há os profetas, que falam da parte de Deus e comunicam Sua verdade. Há os chamados para serem pastores, que amam e cuidam do rebanho de Cristo, que amam estar com o povo de Deus e se realizam ministerialmente cuidando desse povo. Há os evangelistas, que são aqui os “modeladores” do Evangelho, ou seja, os discipuladores. São os irmãos que fazem um trabalho nos bastidores, de discipulado, extremamente relevante para o Reino, o crescimento e amadurecimento da igreja. Por fim os mestres, que ensinam a Palavra de forma clara e transformadora, são os que leem a Palavra e a expõem de forma tão clara que marcam vidas e corações.

Na dinâmica do chamado há certamente uma direção geográfica. Se alguém possui convicção de que Deus o quer na Índia, isso significa que há uma direção geográfica de Deus, não um chamado ministerial. Mas, notem: a direção geográfica muda, e mudou diversas vezes na vida de Paulo. O chamado, porém, permanece.

Paulo foi chamado para os gentios, como por vezes expressa (At.13:1-3). Era uma força de expressão para seu perfil missionário, pois, com exceção dos judeus, todo o mundo era gentílico. Assim, ele expressa em Romanos 15.20 a prioridade geográfica do ministério da Igreja: “onde Cristo ainda não foi anunciado”. Na época, prioritariamente entre os gentios.  Hoje, porém, pode ser perto e pode ser longe. Uma pessoa, de qualquer língua, raça, povo ou nação, que ainda não tenha ouvido as maravilhas do Evangelho, é a prioridade de Deus para a obra missionária.

Percebo algumas crises entre os vocacionados no Brasil. As principais talvez sejam de compreensão, discernimento e ação.

A crise de compreensão se estabelece à medida que não entendemos, na Palavra de Deus, que somos todos vocacionados para servir a Cristo. Assim, relegamos o trabalho aos que possuem um chamado ministerial específico. Outras vezes, por associarmos o chamado puramente a títulos ou posições eclesiásticas, esquecendo que fomos todos chamados em Cristo para a vida no Espírito e para o trabalho na missão.

A crise de discernimento nasce quando não fazemos clara distinção entre o chamado universal e o chamado ministerial específico. Podemos passar a vida frustrados em qualquer lado do muro se não buscarmos discernimento vocacional. Esse discernimento é encontrado primeiramente na Palavra, estudando o que a Bíblia nos ensina sobre vocação. Em segundo lugar, caso haja uma convicção de chamado ministerial específico, associando-nos ao trabalho da igreja e passando nossa vocação pelo crivo dessa experiência. Por fim, precisamos buscar ao Senhor em oração especialmente para saber qual será o próximo passo. Deus, geralmente, só nos mostra o próximo passo.

A terceira crise que percebo é de ação. Há um número grande de irmãos e irmãs com clara compreensão bíblica sobre a vocação, claro discernimento sobre os passos a serem dados, mas nunca os dão. Para alguns, esse passo é um envolvimento maior com o ministério da igreja local. Para outros, é seguir para um centro de treinamento bíblico e missionário ou participar de um estágio ministerial. O importante é perceber que, em algum momento ao longo da convicção de um chamado ministerial, é preciso dar um passo.

Somos, portanto, todos vocacionados em Cristo para servir a Deus e glorificar o Seu Nome. Alguns são vocacionados, também em Cristo, para funções específicas – ministeriais – para o encorajamento da igreja e expansão do Evangelho no mundo. Em qualquer situação, a nossa vocação é um privilégio. Na verdade, talvez seja o nosso maior privilégio, bem como o nosso maior desafio."

Ronaldo Lidório

sábado, 24 de outubro de 2015

Ele não comete erros

"Torcidos e tortuosos podem ser os caminhos,
Meu coração pode palpitar e doer,
Mas em minh`alma me alegro em saber,
Que Deus nenhum erro há de cometer.

Meus planos podem até se perder,
Minhas esperanças desaparecer,
Mas na direção do Senhor eu confio,
Naquele que o caminho me faz conhecer.

Embora a noite seja escura
E o dia pareça nunca chegar,
Minha fé no Senhor está segura
Naquele que não pode errar.

Ainda que eu não consiga enxergar
Que turvado seja o meu olhar;
Venha o que vier, nEle irei confiar,
E a Ele tudo entregar.

Pois logo a névoa se dissipará,
E o Senhor tudo claro fará;
Ainda que escuro pareça o caminho meu,
Meu Deus nenhum erro jamais cometeu."

A. M. Overton

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Para refletir

 “A qualidade da nossa vida é grandemente afetada pelo tempo que passamos com Deus, de modo que esse tempo deve ter prioridade no nosso horário.

Às vezes nos tornamos relapsos em manter os nossos compromissos com Deus porque sabemos que Ele está sempre disponível. Sabemos que poderemos sempre contar com Deus, então podemos faltar ao nosso tempo com Ele ou reprogramá-lo para podermos fazer alguma coisa que nos parece mais urgente.

Se passássemos mais “tempo prioritário” com Deus, talvez não tivéssemos tantas situações “urgentes” que tendem a roubar o nosso tempo.”


Joyce Meyer

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Que tal fazer alguém feliz?

"A distância que podemos alcançar na vida depende de sermos gentis com os jovens, compassivos com os velhos, simpáticos com os que tem dificuldade, e tolerantes com os fracos e fortes - porque um dia teremos sido todos eles."

George Washington Carver

            Não sei quanto a você, mas se tem algo que me deixa entusiasmada, motivada e contente é a sensação de prazer, satisfação e propósito que tenho por dentro quando ajudo alguém, quando consigo colocar um sorriso no rosto de outra pessoa ou quando deixo o dia de alguém mais bonito. Já lhe passou pela mente que você pode ser aquele que coloca o sorriso no rosto de alguém?

            Inúmeras vezes esperamos até que estejamos prontos, tenhamos mais dinheiro, tenhamos mais tempo livre, aconteça isso ou aquilo primeiro para então ajudarmos os outros. Reparou que isso quase nunca acontece e quando acontece, na maior parte dos casos, é tarde demais?

            Concordo com a famosa autora e palestrante Joyce Meyer, quando diz que “Ser uma benção para outros é a chave para manter o entusiasmo pela vida, o que significa agir com significância eterna em vez de agir com ausência de propósito temporal.”, pois quando abençoamos as pessoas, usando nossa energia, nossos dons, bens, tempo e a nós mesmos em prol do outro, além de tornar a vida do próximo melhor e mais agradável, estamos alegrando o coração de Deus e sendo servos do nosso Criador.

            O que lhe vem à mente quando ouve a palavra servo? Vê Jesus lavando os pés dos seus discípulos quando nenhum deles tomou a iniciativa de fazê-lo apesar da necessidade presente? Vê a madre Teresa aliviando o sofrimento de incontáveis doentes com sua devotada vida? Vê sua mãe acordando de madrugada para fazer café antes de seu pai sair para trabalhar na fazenda e lutar pelo sustento da família? Vê aqueles voluntários que vão ao hospital levar um pouco de cor ao dia cinzento de um doente e um acompanhante, que muitas vezes se encontram no hospital por dias, meses, anos, aparentemente sem fim? Ou vê apenas aquela ideia de servo associada à capacho e alguém que deixa os outros se aproveitarem dele?

            Sei o quanto é difícil ver as palavras servo e serviço de modo positivo e não pejorativo, pois vivemos num mundo que serve e valoriza a si mesmo acima de tudo e todos. Quando avaliamos a ideia de servir e abençoar o outro, logo pensamos: “Mas e eu? Quem me servirá? Quem cuidará de mim? Quem se importará com minhas necessidades? Se eu usar esse dinheiro para cuidar da necessidade do meu amigo, quem cuidará dos meus desejos, quem comprará o que eu quero como eu quero?”.

 Sejamos honestos: somos mais egoístas do que gostamos de admitir, e vemos o serviço ao próximo como desperdício de tempo e não um investimento ou um estilo de vida que abençoa o próximo.

Existem tantas necessidades a nossa volta, tantas pessoas precisando de nós e há tanto que podemos fazer com o que temos hoje, com os talentos únicos que nos foram confiados por Deus, entrementes a desculpa do “deixar para depois o que podemos fazer hoje” e a mentalidade do “apenas quando eu tiver sobrando” nos atrapalham a enxergar a realidade de que temos tudo o que precisamos para ser uma benção e colocar o sorriso no rosto de alguém muito mais vezes do que poderíamos imaginar.

Quando penso em Jesus, na madre Teresa e em tantos outros homens e mulheres que ao longo dos séculos foram admirados por dedicar sua vida ao serviço a Deus e ao próximo penso em alguém que não estava simplesmente ocupado, mas vivia consciente, dava frutos para glória de Deus e para deleite dos que estavam ao seu redor e não vivia para esperar a recompensa ou retribuição daqueles a quem serviam constantemente, propositalmente e profundamente.

Nossa estadia por esse mundo pode parecer longa, contudo, ainda que seja duradoura, não será eterna, não nesse planeta, não nessa vida. O ditado que diz: ‘ninguém fica para semente’ é real, e no leito de morte não nos interessamos tanto por nossa conta bancária, os bens adquiridos ou os diplomas conquistados quanto pelos amigos, família e as pessoas que amamos. No fim dessa vida todos queremos sentir que as pessoas sentirão a nossa falta, que ficarão tristes por termos partido, que deixamos um bom legado e que fizemos notável e verdadeira diferença com nossa existência nesse mundo.

Tenho um problema enorme, mas, infelizmente, muito comum: Sempre que me sinto infeliz, desmotivada e começo a me questionar a respeito do sentido dessa vida, do significado de fazer o que faço, da aparente falta de resultado, eu NÃO me pergunto: O que tenho feito pelos outros? Em vez disso, tenho a tendência absurda de me perguntar: Por que não está dando certo? Pra que continuar? Qual o significado e propósito de tanta dor e sofrimento? Quando me dou conta, novamente estou pensando apenas em mim, vivendo focada em mim, analisando os ganhos (ou, precisamente, a falta de ganhos), logo me perco em meus desejos enganosos e insatisfatórios.

“Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem.
Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.”

Tiago 4:2-3

Gostamos de viver para ganhar e não para dar, no entanto nos tornamos cada vez mais infelizes. Conquistamos cada vez mais, conseguimos cada vez mais, temos cada vez mais e nos tornamos cada vez menos contentes. Sabemos que a felicidade advinda de nossas conquistas e bens adquiridos são tão passageiras quantos essas coisas, ainda assim, trabalhamos e nos esforçamos mais e mais para obter e ajuntar ainda mais, na esperança de conseguir satisfação, na ilusão de alcançar a plenitude, na vaidade de viver para ter, porém a verdadeira felicidade não fundamenta-se em possuir cada vez mais.

“Há maior felicidade em dar do que em receber".

Atos dos Apóstolos 20:35

Aprendi que quanto mais corro atrás da felicidade mais ela corre de mim, mas quanto mais dou, quanto mais sirvo, quanto mais planto uma semente de sorriso no rosto de alguém e quanto mais faço alguém feliz, mais a felicidade corre atrás de mim, mais motivada e entusiasmada fico, mais tenho para oferecer e, sendo uma benção, mais abençoada sou.

Até onde podemos ir e o quanto podemos ser felizes nessa vida? Como disse o renomado botânico, químico e diretor de pesquisas agrícolas George Washington Carver depende de nós e do quanto decidimos ser uma benção para todos ao nosso redor, pois assim como queremos ser servidos, necessitamos servir, e assim como precisamos da ajuda de outros, precisamos ajudar.

Que tal colocar o sorriso no rosto de alguém nesse mesmo instante e fazê-lo feliz? Lembre-se: Esse poder está em suas mãos!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Tua obra de arte



Pai, na maior parte do tempo
Não me considero de grande valor.
Sabes que na maioria das vezes
Não me considero
Uma de Tuas obras de arte.
Mas, na noite passada, me disseste:
‘Tu és mesmo obra de Minhas mãos.’

Os artistas nem sempre subscrevem
Suas obras, eu sei;
Esboços e rascunhos
E aquelas obras
Que não os agradam,
Se não destruídos,
Ficam simplesmente
Sem assinatura.

Mas Tu pensaste o suficiente
Sobre Tua obra de arte – EU-
Para me honrares
Com Tua assinatura.

Pai, eu posso nunca
Pensar em mim mesma
Como uma obra-prima.
Mas obrigada
Por me assinares
Indelevelmente
E para sempre
Com o dom
Do Teu Espírito.

Sue Garmon

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Cuidado com as vozes populares

            “Para ferir a nós mesmos, frequentemente permitimos que as vozes populares da nossa cultura exerçam uma influência indevida sobre nós.

            Nós permitimos que vozes culturais “populares” nos digam como deve ser a nossa aparência, que tipo de roupas devemos usar, quais carreiras nossos filhos vem escolher, onde devemos morar e assim por diante.

            Deixe-me perguntar: você quer desfrutar de uma confiança tranquila em Deus? Se a resposta for sim, então você deve resistir à ridícula falta de bom-senso que os meios de comunicação de massa nos empurram goela adentro, a mim e a você, todos os dias.”


Sheila Walsh