quinta-feira, 22 de março de 2012

Recomendações para se viver bem

O Último Sermão

Em 24 de agosto de 1662, dois mil ministros puritanos do evangelho foram excluídos de seus púlpitos, tendo recebido a ordem de não mais pregarem em público. O Ato de Uniformidade, baixado pelo parlamento inglês, conhecido pelos evangélicos como a Grande Ejeção, pairava por sobre a Inglaterra como uma nuvem espessa. Muitos líderes eclesiásticos da Igreja Anglicana, a religião oficial, estavam forçando os puritanos a cessarem suas prédicas ou a se moldarem à adoração litúrgica decretada por lei. Muitos ministros preferiam o silêncio à transigência.
Com olhos marejados de lágrimas, milhares de cristãos humildes ouviram seu último sermão no domingo imediatamente anterior à data em que o Ato se tornaria lei. E, naquele último domingo de liberdade, os ministros puritanos provavelmente pregaram os seus melhores sermões.
O sermão que transcrevo, de modo um tanto abreviado, foi pregado por Thomas Watson a seu pequeno rebanho:
"Antes que eu me vá, devo oferecer alguns conselhos e orientações para vossas almas. Eis as vinte instruções que tenho a dar a cada um de vós, para as quais desejo a mais especial atenção:
1) Antes de tudo, observa tuas horas constantes de oração a Deus, diariamente. O homem piedoso é homem “separado” (Sl 4.3), não apenas porque Deus o separou por eleição, mas também porque ele mesmo se separa por devoção. Inicia o dia com Deus, visita-O pela manhã, antes de fazeres qualquer outra coisa. Lê as Escrituras, pois elas são, ao mesmo tempo, um espelho que mostra as tuas manchas e um lavatório onde podes branquear essas máculas. Adentra ao céu diariamente, em oração.
2) Coleciona bons livros em casa. Os livros de qualidade são como fontes que contêm a água da vida, com a qual poderás refrigerar-te. Quando descobrires um arrepio de frio em tua alma, lê esses livros, onde poderás ficar familiarizado com aquelas verdades que aquecem e afetam o coração.
3) Tem cuidado com as más companhias. Evita qualquer familiaridade desnecessária com os pecadores. Ninguém pode apanhar a saúde de outrem; mas pode-se apanhar doenças. E a doença do pecado é altamente transmissível. Visto não podermos melhorar os outros, ao menos tenhamos o cuidado de que eles não nos façam piores. Está escrito acerca do povo de Israel que “se mesclaram com as nações e lhes aprenderam as obras” (Sl 106.35). As más companhias são as redes de arrastão do diabo, com as quais arrasta milhões de pessoas para o inferno. Quantas famílias e quantas almas têm sido arruinadas pelas más companhias!
4) Cuidado com o que ouves. Existem certas pessoas que, com seus modos sutis, aprendem a arte de misturar o erro com a verdade e de oferecer veneno em uma taça de ouro. Nosso Salvador, Jesus Cristo, aconselhou-nos: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15). Sê como aqueles bereanos que examinavam as Escrituras, para verificar se, de fato, as coisas eram como lhes foram anunciadas (At 17.11). Aos crentes é mister um ouvido discernidor e uma língua crítica, que possam distinguir entre a verdade e o erro e ver a diferença entre o banquete oferecido por Deus e o guisado colocado à sua frente pelo diabo.
5) Segue a sinceridade. Sê o que pareces ser. Não sejas como os remadores, que olham para um lado e remam para outro. Não olhes para o céu, com tua profissão de fé, para, então, remar em direção ao inferno, com tuas práticas. Não finjas ter o amor de Deus, ao mesmo tempo que amas o pecado. A piedade fingida é uma dupla iniquidade. Que teu coração seja reto perante Deus. Quanto mais simples é o diamante, tanto mais precioso ele é; e quanto mais puro é o coração, maior é o valor que Deus dá à sua jóia. O salmista disse sobre Deus: “Eis que te comprazes na verdade no íntimo” (Sl 51.6).
6) Nunca te esqueças da prática do auto-exame. Estabelece um tribunal em tua própria alma. Tem receio tanto de uma santidade mascarada quanto de ires para um céu pintado. Julgas-te bom porque outros assim pensam de ti? Permite que a Palavra seja um ímã com o qual provarás o teu coração. Deixa que a Palavra seja um espelho, diante do qual poderás julgar a aparência de tua alma. Por falta de autocrítica, muitos vivem conhecidos pelos outros, mas morrem desconhecidos por si mesmos. “De noite indago o meu íntimo”, disse o salmista (Sl 77.6).
7) Mantém vigilância quanto à tua vida espiritual. O coração é um instrumento sutil, que gosta de sorver a vaidade; e, se não usarmos de cautela, atrai-nos, como uma isca, para o pecado. O crente precisa estar constantemente alerta. Nosso coração se assemelha a uma “pessoa suspeita”. Fica de olho nele, observa o teu coração continuamente, pois é um traidor em teu próprio peito. Todos os dias deves montar guarda e vigiar. Se dormires, aí está a oportunidade para as tentações diabólicas.
8 ) O povo de Deus deve reunir-se com frequência. As pombas de Cristo devem andar unidas. Assim, um crente ajudará a aquecer ao outro. Um conselho pode efetuar tanto bem quanto uma pregação. “Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros” (Ml 3.16). Quando um crente profere a palavra certa no tempo oportuno, derrama sobre o outro o óleo santo que faz brilhar com maior fulgor a lâmpada do mais fraco. Os biólogos já notaram que há certa simpatia entre as plantas. Algumas produzem melhor quando crescem perto de outras plantas. Semelhantemente, esta é a verdade no terreno espiritual. Os santos são como árvores de santidade. Medram melhor na piedade quando crescem juntos.
9) Que o teu coração seja elevado acima do mundo. “Pensai nas coisas lá do alto” (Cl 3.2). Podemos ver o reflexo da lua na superfície da água, mas ela mesma está acima, no firmamento. Assim também, ainda que o crente ande aqui em baixo, o seu coração deve estar fixado nas glórias do alto. Aqueles cujos corações se elevam acima das coisas deste mundo não ficam aprisionados com os vexames e desassossegos que outros experimentam, mas, antes, vivem plenos de alegria e de contentamento.
10) Consola-te com as promessas de Deus. As promessas são grandes suportes para a fé, que vive nas promessas do mesmo modo que o peixe que vive na água. As promessas de Deus são quais balsas flutuantes que nos impedem de afundar, quando entramos nas águas da aflição.
11) Não sejas ocioso, mas trabalha para ganhar o teu sustento. Estou certo de que o mesmo Deus que disse: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”, também disse: “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra”. Deus jamais apoiou qualquer ociosidade. Paulo observou: “Estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão” (2 Ts 3.11-12).
12) Ajunta a primeira tábua da Lei à segunda, isto é, piedade para com Deus e equidade para com o próximo. O apóstolo Paulo reúne essas duas idéias, em um só versículo: “Vivamos, no presente século… justa e piedosamente” (Tt 2.12). A justiça se refere à moralidade; a piedade diz respeito à santidade. Alguns simulam ter fé, mas não têm obras; outros têm obras, mas não têm fé. Alguns se consideram zelosos de Deus, mas não são justos em seus tratos; outros são justos no que fazem, mas não têm a menor fagulha de zelo para com Deus.
13) Em teu andar perante os outros, une a inocência à prudência. “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10.16). Devemos incluir a inocência em nossa sabedoria, pois doutro modo tal sabedoria não passará de astúcia; e precisamos incluir sabedoria em nossa inocência, pois do contrário nossa inocência será apenas fraqueza. Convém que sejamos tão inofensivos como as pombas, para que não causemos danos aos outros, e que tenhamos a prudência das serpentes, a fim de que os outros não abusem de nós nem nos manipulem.
14) Tenha mais medo do pecado que dos sofrimentos. Sob o sofrimento, a alma pode manter-se tranquila. Porém, quando um homem peca voluntariamente, perde toda a sua paz. Aquele que comete um pecado para evitar o sofrimento, assemelha-se ao indivíduo que permite sua cabeça ser ferida, para evitar danos ao seu escudo e capacete.
15) Foge da idolatria. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21). A idolatria consiste numa imagem de ciúme que provoca a Deus. Guarda-te dos ídolos e tem cuidado com as superstições.
16) Não desprezes a piedade por estar sendo ela perseguida. Homens ímpios, quando instigados por Satanás, vituperam, maliciosamente, o caminho de Deus. A santidade é uma qualidade bela e gloriosa. Chegará o tempo quando os iníquos desejarão ver algo dessa santidade que agora desprezam, mas estarão tão removidos dela como agora estão longe de desejá-la.
17) Não dá valor ao pecado por estar atualmente na moda. Não julga o pecado como coisa apreciável, só porque a maioria segue tal caminho. Pensamos bem sobre uma praga, só porque ela se torna tão generalizada e atinge a tantos? “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5.11).
18) No que diz respeito à vida cristã, serve a Deus com todas as tuas forças. Deveríamos fazer por nosso Deus tudo quanto está no nosso alcance. Deveríamos servi-Lo com toda a nossa energia, posto que a sepultura está tão perto, e ali ninguém ora nem se arrepende. Nosso tempo é curto demais, pelo que também o nosso zelo de Deus deveria ser intenso. “Sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).
19) Faze aos outros todo o bem que puderes, enquanto tiveres vida. Labuta por ser útil às almas de teus semelhantes e por suprir as necessidades alheias. Jesus Cristo foi uma bênção pública no mundo. Ele saiu a fazer o bem. Muitos vivem de modo tão infrutífero, que, na verdade, suas vidas dificilmente são dignas de uma oração, como também seu falecimento quase não merece uma lágrima.
20) Medita todos os dias sobre a eternidade. Pois talvez seja questão de poucos dias ou de poucas horas - haveremos de embarcar através do oceano da eternidade. A eternidade é uma condição de desgraça eterna ou de felicidade eterna. A cada dia, passa algum tempo a refletir a respeito da eternidade. Os pensamentos profundos sobre a eterna condição da alma deveriam servir de meio capaz de promover a santidade.
Em conclusão, não devemos superestimar os confortos deste mundo. As conveniências do mundo são muito agradáveis, mas também são passageiras e logo se dissipam. A idéia da eternidade deve ser o bastante para impedir-nos de ficar tristes em face das cruzes e sofrimentos neste mundo. A aflição pode ser prolongada, mas não eterna. Nossos sofrimentos neste mundo não podem ser comparados com nosso eterno peso de glória. Considerai o que vos tenho dito, e o Senhor vos dará entendimento acerca de tudo. "

sábado, 10 de março de 2012

Por quê, Deus, por quê?

" Dias horríveis", " parece que deu tudo errado", não importa o nome que você dê: parece que há dias que não valem a pena serem vividos. Não importa se é uma segunda-feira chuvosa, se você levou um escorregão no banheiro ou se aconteceu uma tragédia que pode mudar totalmente o curso de sua vida, acabando com todas as esperanças e partindo o seu coração. Normalmente surgem três perguntas nessas situações:

* Por quê, Deus, por quê?
* Quando, Deus, quando?
* Vou sobreviver, Deus, vou?

Se você está fazendo essas perguntas, lembre-se de que não está sozinho. Elas são tão antigas quanto a própria humanidade. Desde a Queda, as pessoas tentam conciliar a bondade de Deus com o sofrimento da humanidade. Somente suas crenças sobre a vida determinarão o modo como você reagirá as suas crises.
Lembra-se de Jó, aquele homem que perdeu tudo em um único dia? Jó começou a fazer perguntas que muitos de nós fazemos quando enfrentamos as perdas:

* Por que não nasci antes de morrer?
* Por que não morro agora?
* Por que Deus está fazendo isso comigo? (Você já não se sentiu assim e chegou a perguntar onde está Deus?)

Jó perguntou 16 vezes a Deus: " Por quê?"
Nas 16 vezes Deus respondeu com o silêncio. Como um Deus amoroso poderia responder a um coração partido com silêncio? O silêncio não apenas parece uma resposta esquisita, como chega a ser quase cruel.
Mas, se Deus tivesse dado a resposta a Jó imediatamente, será que ele teria aceitado? Você aceitaria? Ou argumentaria com Deus sobre a resposta dEle? A verdade é que você provavelmente não teria entendido as razões de Deus. O silêncio de Deus dá-nos a oportunidade de aprendermos a viver pela fé. Ele aumenta nossa capacidade de confiar nEle, o que, por fim, leva-nos a caminhar em amizade mais profunda com Ele.
Deus não explica todo o sofrimento do mundo ou o significado de cada crise que aparece.
Assim como Deus planejou as estações para produzir crescimento na natureza, Ele arranjou as experiências sazonais de nossa vida para crescimento do caráter e de nossa relação com Ele. Alguns dias são ensolarados; outros, chuvosos. Ambos são necessários.
Somente Deus sabe a quantidade de pressão que você é capaz de suportar. Em I Coríntios 10:13 lemos que " Deus não permitirá que sejais tentados além das vossas forças", mas Ele permite que você seja tentado, sinta dor e sofra. Não, Ele não dá sempre aquilo que você acha que precisa, porém dá a você aquilo que é necessário para que cresça.

Quando suas perguntas mudarem de Por quê? para O que posso aprender com isso? então você terá resposta."              

                                                                       Norman Wright

quinta-feira, 8 de março de 2012

Parabéns às mulheres!





Querida amiga, que sua beleza seja grande tanto por dentro quanto por fora.
Para isso, encha-se cada dia mais da presença de Deus e brilhe, princesa!

domingo, 4 de março de 2012

Examine-se quanto a estar na fé

"Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados! " 2 Coríntios 13:4-5

"Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?" Lucas 18:8 b

Ser alguém crescente, incrédulo e duvidar da existência de Deus, da veracidade da Bíblia e do sobrenatural é fácil. Difícil é permanecer crendo quando não há provas palpáveis, quando o visível quer afrontar o invisível,  e quando as pessoas ao redor, a sociedade moldada nos pensamentos malignos e pecaminosos, as circunstâncias difíceis e tantos outros fatores contribuem para a falta de fé. Por essa causa, somos alertados a nos examinar, nos provar, para que vejamos se estamos ou não na fé, já que muitos tem sido reprovados, não estão mais firmes em Jesus e serão encontrados em descrença quando Ele voltar na Terra, com toda glória e poder, sobre as nuvens, para estabelecer um novo tempo. 

"Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno." Efésios 6:16

sábado, 3 de março de 2012

Nadez em alto estilo

Recebi hoje este artigo por e-mail e não posso deixar de compartilhá-lo:

"Não é nudez. É nadez mesmo. É um conceito da filósofa Gertrude Stein. Ela criou o neologismo referindo-se ao vazio interior das pessoas, que lhes dá uma vida incolor. Elas necessitam de motivações, mas não querem causas que exijam engajamento. Também não querem estudar, e receiam coisas profundas. São superficiais e vegetativas. Alimentam-se do vazio e do nada. Isto é a nadez. 

Quer ver exemplos de nadez? Selecionei, em três sites, notícias publicadas no dia 7 de janeiro. FOLHA.COM: (1) Fernanda Paes Leme curtiu o mar neste sábado; (2) DiCaprio apresentou nova namorada à mãe; (3) Marco Rizza se aborrece e levanta dedo para paparazzo. IG: (1) Famosos levam seus bebês ao teatro no Rio; (2) Cláudia Jimenez e Miguel Falabella jantam juntos no Rio de Janeiro; (3) Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert curtem peça. UOL: (1) Paula Abdul termina relacionamento com Braston; (2) Top Ana Beatriz Barros vai à praia com namorado; (3) Filme fez Scarlett Johansson parar de comer carne. Tirando-se DiCaprio, que conheço pelo filme “Titanic”, se trombasse com os demais na rua não saberia quem são. Vez por outra encontro alguns desses famosos em vôos ou aeroportos. São-me tão conhecidos como eu para eles. Um cantor chamou-me de alienado porque eu não sabia quem ele era.

São notícias típicas da cultura nadez. Dão às pessoas a sensação de estarem informadas, de estarem por dentro dos bastidores. Sabem coisas. Banais e inúteis, mas sabem. Ajunte-se a isto o prazer que bisbilhotar a vida alheia dá e eis a realização da pessoa da cultura nadez. Ela se sente ocupada e tem uma sensação de cultura. Seu vazio intelectual, emocional e espiritual é preenchido com o nada.

Parece-me, sem querer ser maldoso, que estão surgindo uma cultura e uma geração medíocres. Fui pré-adolescente e adolescente nos anos sessentas. Aquela geração foi às ruas protestar. A geração de hoje vai aos shoppings consumir. Aquela queria transformar o mundo. A atual quer o melhor do mundo. O ideal cedeu espaço para o desfrute. Falta de grandeza. Mas meu grande receio é que a nadez esteja migrando para as igrejas. As pessoas querem agito, mas não reflexão. Querem sensações, mas não estudo. Nada de “pesado” deve ser pregado. Sermão expositivo? Nada disso! Que tal algumas historinhas? A mensagem e o culto devem ser “light”, como as notícias dos sites. O estudo bíblico cede lugar ao “compartilhamento”, um momento em que cada um conta uma história em que, geralmente, é o herói. Fui a uma reunião de estudo bíblico na qual as pessoas estavam sem Bíblia. Disseram-me, candidamente, que seu costume era o de compartilhar sua semana uns com os outros. É uma boa prática, mas não deveria receber o nome de “estudo bíblico”. O livro texto não era a Bíblia, mas as pessoas. Não se estudava a Bíblia. Papeava-se. Em muitos cultos nadez, as pessoas ouvem alguma coisa sobre Deus e cantam alguma coisa sobre ele. Mas nada “denso” (como alguém me recomendou para pregar), nada comprometedor. Tudo suave. Tudo nadez. Alguns de nossos cânticos são nadez pura. O próprio enfoque da vida cristã não é mais o de ideal, mas o de desfrute: como ser abençoado, como conseguir o melhor na vida material, seguindo alguns bons conselhos espirituais. A vida cristã passou a significar uma vida tranqüila, cheia de coisas, e não o investimento da vida e dos bens no reino, num compromisso com o evangelho e com a igreja de Jesus. Nadez espiritual.

Nadez cultural já é lastimável. Mas nadez espiritual é pior. Ilude a pessoa. Leva-a a sentir-se realizada com migalhas que caem da mesa, e não com o pão farto. Leitor, você está na fase da nadez ou do tudez? Não tenho a envergadura de uma Gertrude Stein, mas deixe-me criar um neologismo. O tudez vem do esquecido hino “Tudo, ó Cristo, a ti entrego, tudo, sim, por ti darei”. Tudez dá realização. Nadez é engodo. Opte pelo tudez.


Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastor da Igreja Batista Central de Macapá – AP".