sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Cante a Verdade, Encante pela Eternidade

Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.” Mateus 26.30

O Mestre sabia que era chegada a hora e Ele sabia o que viria: beberia do cálice.

Dores e feridas o marcariam, seria abandonado e traído.

Mas, para a surpresa de todos, não se ouviu um som de lamentos, nem de choros, nem de desespero diante do que viria.

Afinado e distante, ouve-se o som de uma música.

O Filho do Homem, diante da morte, pôs-se a cantar.

A voz que ordenou: “Haja a Luz!”, que deu vida às flores, que coloriu os campos, que deu forma aos homens, que se ouviu na sarça, que retumbou na nuvem de glória, que sussurrou na brisa, que aquietou e acalmou os ventos, que chama as estrelas pelo nome… Esta voz, naquela noite, cantava.

Ele sabia o que viria e, mesmo assim, se pôs a cantar.

Não cantou para espantar o mal, nem para distrair, tampouco para passar o tempo.

Cantou para celebrar.

Era o dia, era chegada a hora, Ele esperava por esse momento.

Não mais separação, não mais véu… Agora era Face a face.

Não mais medo, não mais insegurança… Agora era com confiança ao Trono da Graça.

Não mais morte, não mais fim… Agora era a Eternidade.

Anos mais tarde, nas arenas, podia-se ouvir o som de uma música.

E Jesus, ressurreto, no Céu, recebia louvores.

Eram suas testemunhas que, dessa vez, cantavam.

Cristãos de todo o Império Romano eram julgados e condenados.

Nem choro, nem desespero.

Eusébio narrou: “Então podíamos contemplar o ímpeto admirável e a força e fervor realmente divinos dos que creram e seguem crendo no Cristo de Deus […] ante o juiz, outros que se confessavam cristãos, sem preocupar-se em absoluto com os terríveis e multiformes gêneros de tortura, mas sim proclamando impassíveis, com toda liberdade, a religião do Deus do universo e recebendo a suprema sentença de morte com alegria, regozijo e bom humor, ao ponto de cantar salmos, hinos e ações de graças ao Deus do universo até exalar o último alento. Admiráveis foram também estes […] que, brilhando […] desconsideravam à verdadeira religião e à fé em nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo.”

Para eles, não mais morte, não mais fim… Agora era a Eternidade.”


Gilvando Junior


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