sábado, 11 de abril de 2015

Queremos um mundo permeado por Deus?


“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” Romanos 8:28-29

Deus atua constantemente sobre seu povo e a cultura que o cerca para atingir Seus propósitos eternos na "história humana", essa pequeníssima extensão de tempo cósmico. O que em geral acontece de modo que ninguém, exceto Ele, poderia ter planejado ou previsto, e que está além de nosso controle ou compreensão.

Notamos, normalmente depois do fato, que uma mudança profunda e impactante ocorreu (mudança que pode se dar na pessoa, no grupo ou em toda uma cultura). Maneiras tradicionais de fazer as coisas perderam a força, ainda que tenham sido muito poderosas no passado. Em tais condições, surge o verdadeiro perigo de nos colocarmos em oposição ao que Deus de fato está realizando agora e ainda fará. Diversas vezes perdemos a oportunidade de trabalhar com Deus aqui e agora. Como diz Dallas Willard:  “falhamos em encontrar, com a devida rapidez, o odre novo para o vinho novo”.

Os seres humanos em todo o tempo souberam que há um Deus e tiveram algum grau de compreensão de quem é e como é (Rm1:19-20). Na verdade, eles ainda sabem. Mas não ficaram contentes com o lugar de Deus no universo, por causa de ser quem Ele é. Essa é a chave para a compreensão da atual condição da humanidade.

Na realidade, esse tem sido o último estágio de toda sociedade humana próspera que ergue-se sobre a terra. Inevitavelmente, tal sociedade começa a acreditar que é responsável por seu sucesso e prosperidade, e passa a se adorar e a se opor contra as concepções e práticas que lhe possibilitaram, sob o comando de Deus, ser bem-sucedida em primeiro lugar. "Jesurum engordou e deu pontapés" (Dt 32:15). Mas no alicerce de tudo está o mal radical do coração humano - um coração que anseia me pôr como Deus no lugar de Deus. 

Os homens devem se perguntar com sinceridade se almejam ou não viver num mundo permeado por Deus, e se o conhecimento de Deus é algo que anseiam verdadeiramente. Do contrário, podem ter certeza que Deus os dispensará de Sua presença. Eles encontrarão seu lugar nas "trevas deste mundo", a respeito das quais Jesus falou. No entanto a questão fundamental a esse respeito não recai no fato de tais pessoas irem para lá, mas em como elas se fecharam tanto na própria auto-adoração e na negação de Deus, a fim de se tornarem inaptos a querer Deus.

Um famoso pregador do passado afirmava eloquentemente: "Você diz que aceitará Deus quando quiser", para então terminar: "Como você sabe que será capaz de querer quando achar que quer?". A pessoa perdida é, no final das contas, a pessoa que não pode desejar Deus. Que não pode almejar que Deus seja Deus. Multidões de tais pessoas passam descuidadas todos os dias, e passam direto para a eternidade. A razão para elas não encontrarem a Deus é não o desejarem ou, pelo menos, não quererem que Ele seja Deus. Desejar que Deus seja Deus é completamente diferente de querer a ajuda de Deus.

O inferno não é um engano involuntário, um lapso ou um deslize. Não se perde o céu por um triz, mas por um esforço contínuo de evitar e fugir de Deus. A alma arruinada precisa se dispor a ouvir e a reconhecer a própria ruína, antes de avistar como entrar num caminho diferente, o caminho da vida eterna, que a conduzirá de modo natural para a formação espiritual na semelhança com Cristo.

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